Primeiro-ministro japonês renuncia após adoção de medidas pró FMI

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, anunciou sua renúncia nesta quarta-feira (26) ao plenário, encerrando assim os três anos de mandato do Partido Democrático (PD). O posto foi assumido por Shinzo Abe, líder do Partido Liberal-Democrata (PLD).

Japão - AP

Noda esteve no poder por 482 dias e anunciou sua renúncia após fracasso nas eleições gerais do dia 16 de dezembro deixando como legado o primeira alta do IVA no Japão em 15 anos, reforma que acabou lhe custando o cargo. A controversa medida, aplaudida por organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ), supõe um aumento do IVA, de 5% a 10% em 2015, para cobrir os custos da previdência social japonesa.

"Rezo constantemente para que o novo Executivo (de Abe) saiba dirigir a política nacional para enfrentar os crescentes desafios, tanto dentro como fora do Japão, proteger o país e seus cidadãos", afirmou Noda em comunicado emitido nesta quarta (26).

A renúncia do Gabinete de Noda põe fim a 1,2 mil dias de Governo do PD, que, em 2009, assumiu o poder do agora governante Partido Liberal-Democrata (PLD), formação que dominou a política japonesa de maneira quase ininterrupta durante quase 50 anos.

Shinzo Abe, que já foi primeiro-ministro entre setembro de 2006 e setembro de 2007, foi nomeado pelas duas Câmaras da Dieta (Parlamento) do Japão. Recebida com aplausos por sua bancada, a nomeação de Abe, de 58 anos, também foi referendada pelo Senado, embora tenha se tratou de um mero trâmite, já que o resultado da câmara baixa prevalece na Constituição japonesa.

Abe, que aparece como 96º primeiro-ministro da história do país, assume o governo do Japão sob a sombra da estagnação econômica, da lenta recuperação da área devastada pelo tsunami e do acidente nuclear de Fukushima em 2011, além dos efeitos negativos de sua disputa territorial com a China.

Com agências internacionais