Devemos sentar para dialogar, diz vice-premiê sírio Kadri Jamil

O vice-primeiro-ministro da Síria, Kadri Jamil, afirmou nesta quarta-feira (3) que é chegada a hora de seguir pelo caminho da uma solução política, dessa forma todas as partes envolvidas no conflito devem se sentar para dialogar.

O consenso internacional para resolver a crise no nosso país ainda está nos seus primeiros passos e existem sérias dificuldades para consegui-lo, mas é possível alcançá-lo com o tempo, afirmou Jamil em uma entrevista exclusiva concedida ao canal de televisão estatal, transmitida nesta quinta-feira.

Atualmente trata-se de reavivar o mais rápido possível a Declaração de Genebra, assinada no dia 30 de junho junto a países como Rússia, China e União Europeia e que a administração dos Estados Unidos descumpriu.

No entanto, para o vice-premiê, a mudança na administração estadunidense não significa uma mudança radical nas políticas em relação a Damasco.

Washington continua sendo o comandante da intervenção na Síria e as forças regionais executam suas ordens, tentativas frustradas pelo veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU, acrescentou.

Moscou mantém agora uma posição mais sólida e reflete o peso que vão adquirindo os integrantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na política mundial, os quais devem impor uma nova ordem das relações internacionais em poucos anos, indicou.

Por agora devemos evitar que os norte-americanos e ocidentais em geral queimem a Síria internamente e ser mais inteligentes que o rival, buscando uma solução política, considerou.

O também líder do opositor Partido da Vontade Popular, estimou que a Casa Branca vai continuar apoiando os grupos armados sírios até o início de qualquer negociação, com o objetivo de utilizá-los como carta na mesa de diálogo.

Jamil recomendou que tais negociações visem consensos, compromissos, soluções e concessões mútuas sem perder de vista o interesse nacional.

Condenar a violência e a ingerência estrangeira não são condições prévias para o diálogo, mas princípios gerais sujeitos à vontade do povo sírio, que decidirá o que quer através de um referendo, destacou.

Sobre a situação econômica, Jamil considerou um momento difícil, mas não mais que há dois meses, embora deve-se trabalhar muito na esfera do transporte e das transferências bancárias.

Fonte: Prensa Latina