Turbulências na disputa pela presidência da Câmara e do Senado

Lançado pelo PMDB com o apoio do PT e da maioria dos partidos, o candidato à Presidência da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está em visita aos estados para consolidar sua candidatura. Para ganhar a eleição marcada para o próximo dia 4 de fevereiro, Alves terá que vencer as dissidências do PMDB, explicar as denúncias contra ele e esvaziar a candidatura dos rivais.

Já Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato favorito à Presidência do Senado, em eleição marcada para o próximo dia 1º de fevereiro, vê o surgimento de novos concorrentes ao cargo como um fator complicador, embora a candidatura do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) não represente um risco real de derrota do peemedebista que, como Alves na Câmara, conta com o apoio da maioria dos partidos .

No périplo para ganhar a eleição, Alves começou nesta quarta-feira (16) um tour por 11 estados. Ele quer conversar com representantes das bases e também com alguns governadores para sedimentar as alianças e buscar ajuda contra denúncias de irregularidades. No Rio Grande do Sul, ele almoçou ontem com um grupo de 15 parlamentares e lideranças políticas.

À tarde, visitou o governador Tarso Genro no Palácio Piratini, acompanhado do deputado André Vargas (PT-PR), candidato à vice-presidente da chapa. Foram recebidos como chefes da futura Mesa Diretora da Câmara. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), participou dos dois eventos ao lado de Henrique Eduardo Alves.

Apesar do clima de otimismo, aliados evitam o discurso do “já ganhou”. O deputado federal Paulo Ferreira (PT-RS), que também esteve nas reuniões com Henrique Eduardo Alves, disse que o candidato não se furtou a dar explicações sobre as denúncias de que teria direcionado emendas a obras realizadas pela empresa de um assessor parlamentar.

O deputado potiguar disse aos apoiadores que, em mais de quatro décadas de mandato, nunca foi alvo de denúncias e atribuiu as acusações a rivais na campanha eleitoral. “Ele comentou que já apresentou mais de mil emendas que beneficiaram o Rio Grande do Norte e que somente duas ou três foram questionadas. Não acredito que vá atrapalhar em nada”, garantiu Ferreira. 

O parlamentar defendeu a candidatura de Henrique Eduardo Alves e negou que haja grandes dificuldades em elegê-lo. “Institucionalmente, a candidatura dele é muito robusta. O discurso do Henrique é de valorização e autonomia do Poder Legislativo e de discussão dos grandes temas nacionais na Câmara dos Deputados”, disse Paulo Ferreira. 

Na Câmara, o favorito vai enfrentar outras duas candidaturas, de sua correligionária e atual vice-presdiente da Casa, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), e do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Sem dificuldades

Depois de visitar o Rio Grande do Sul, a caravana seguiu para Curitiba (PR). Nesta quinta-feira (17), o favorito na disputa à Câmara visitará Campo Grande (MS) e Belo Horizonte (MG). Amanhã (18), Henrique Eduardo Alves e seus correligionários vão ao Rio de Janeiro e a São Paulo. Tudo para evitar surpresas de última hora e para minimizar os impactos das denúncias contra o atual líder do PMDB na Câmara.

Candidato a vice-presidente da Câmara, André Vargas acredita que as denúncias não têm potencial para atrapalhar os planos da chapa. “O Henrique respondeu satisfatoriamente a cada uma das denúncias e nada foi comprovado. Temos um debate muito mais amplo do que essas questões pontuais”, explicou Vargas, que participa do périplo pelo Brasil em busca de apoio.

Ele comemorou as adesões às reuniões nos estados. “Mesmo em período de férias, conseguimos juntar vários deputados e fazer audiências até com os governadores. Estamos conseguindo consolidar a visão de que a nossa chapa respeita o critério da proporcionalidade e é indicada pela maioria”, conclui.

Com informações do Correio Braziliense