Devotos fazem fila para entregar presentes à rainha do mar

Neste 'Dois de Fevereiro', dia de Iemanjá, devotos da rainha do mar lotam e até fazem fila nas praias da Bahia para levar flores, velas, perfumes, entre outros objetivos, como oferendas. A fila de devotos que acordaram cedo para prestar homenagens a Iemanjá já era grande por volta das 9h. Milhares de baianos e turistas estão no local para homenagear a rainha das águas com presentes, rosas e muita alfazema.


Rio Vermelho em Salvador / foto: A Tarde

Na fila de espera para entregar as oferendas, tem gente de todas as idades. Adultos, crianças e idosos se misturam para aguardar até três horas para deixar seus presentes.

As pedras da praia do Rio Vermelho são o acesso para as águas. Aos poucos, os balaios com flores, espelhos, pentes e outros utensílios de beleza são deixados para agradar a entidade que tem como maior característica a vaidade.

Por causa da tradicional aglomeração na orla, o trânsito foi modificado nas imediações do Rio Vermelho. Até por volta das 8h40, o fluxo na Avenida Garibaldi, um dos principais acessos à festa, estava tranquilo. No entanto, a previsão é de que seja formado congestionamento na via ao longo do dia.

A festa teve início por volta das 2h30 da manhã, quando os pescadores da colônia Colônia Z-1 participaram de um evento religioso que aconteceu no terreiro Ojimirim de Oxossi. O presente principal, que a cada ano é uma surpresa, dedicado a Iemanjá oferecido pelos pescadores chegou a colônia do Rio Vermelho por volta das 5h, ao som da percussão de Carlinhos Brown e acompanhado por uma alvorada de fogos, dando início ao processo de entrega dos presentes.

O público tem até as 15h para deixar seus presentes na Colônia de Pescadores. Às 15h30, mais de 350 embarcações saem em um cortejo marítimo até o alto-mar, para a entrega das oferendas.

História

Conhecida como uma das mais populares festas de celebração pública do candomblé, o festejo acontece desde 1923, quando houve uma diminuição na oferta de peixes da Vila dos Pescadores do Rio Vermelho. A tradição conta que eles pediram ajuda ao orixá, conhecida como a Rainha do Mar, e seguiram para ofertar presentes para Iemanjá. A oferta foi feita no meio do mar e, desde então, a festa é realizada todos os anos nesta data.

Para os adeptos do Candomblé, o 'Dois de Fevereiro' se comemora também o dia de Oxum, rainha das águas doces. Por isto, a festa de Oxum se mistura com a festa para Iemanjá. A partir das 22h30 do dia primeiro, os religiosos se dirigem ao Terreiro Oxóssi de Ojimirim, no bairro da Federação. O terreiro permanece de portas abertas para a população que queira acompanhar as obrigações religiosas. Às 3h do sábado (2), eles ofereceram um presente para Oxum no Dique do Tororó e, de lá, seguiram em cortejo para o Rio Vermelho, para fazer as oferendas.

Com agências