Candidato do Brasil à OMC busca apoio político-diplomático 

O candidato do Brasil ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Azevêdo está, nesta sexta-feira (08) em Lisboa, Portugal, para buscar apoio à campanha. Ao defender sua candidatura, mencionou o fim do bloqueio às negociações para a liberalização mundial do comércio e apelou aos líderes mundiais pelo consenso por meio do diálogo.

O embaixador condena a paralisia nas negociações multilaterais, que considera preocupantes, pois impede o aprimoramento e os avanços em vários setores. Se eleito, Azevêdo disse que pretende incentivar a busca por consenso.

O diplomata quer garantir o apoio dos latinos-americanos à sua candidatura; a ideia é visitar a Argentina, o Uruguai, Chile e a Colômbia. Pretende também visitar países da África e da Ásia em busca de apoio político. Na OMC, a eleição, que ocorre em 31 de maio, se dará por meio de consenso e não exatamente por voto direto.

Há candidatos de mais oito países à vaga de diretor-geral da OMC: da Costa Rica, do México, da Nova Zelândia, Coreia do Sul, Indonésia, de Gana, do Quenia e da Jordânia. O processo eleitoral começa no dia 31 de março e tem a última etapa no dia 1º de abril, mas pode estender-se a 31 de maio.

Apoio russo

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Alexandr Lukashévich, disse nesta sexta-feira que seu país tem relações amistosas com o Brasil, e analisa a possiblidade de apoiar a candidatura de Azevêdo.

“Estudaremos da maneira mais consciente a candidatura de Roberto Carvalho de Azevêdo ao cargo de diretor-geral da OMC”, disse Lukashévich. “Entendemos que as posições da Rússia e do Brasil sobre muitos assuntos [na OMC] são bastante próximas”, acrescentou.

O porta-voz lembrou o histórico das relações entre o Brasil e a Rússia. “Há um caráter amistoso e de alto nível nas relações bilaterais russo-brasileiras, incluindo a dinâmica positiva nos setores econômico e social, além da cooperação construtiva durante as negociações para a entrada da Rússia na OMC”, disse ele. Lukashévich ressaltou que a decisão final “só poderá ser tomada depois de estudadas as propostas” dos candidatos ao cargo.

O candidato brasileiro está em Lisboa para uma série de reuniões e também para participar das discussões do Comitê de Concertação Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Com Agência Brasil