General Motors aproveita crescimento na China e aumenta lucros

A China, maior mercado de automóveis do mundo, ajudou a impulsionar a multinacional General Motors Co no quarto trimestre de 2012, embora a companhia estadunidense tenha obtido um lucro mais fraco do que esperado para o período devido às perdas gerais na Europa e aos custos crescentes para a sua sede, nos EUA.

Os resultados, entretanto, contribuíram com o terceiro ano consecutivo de lucros para a GM, que está lutando contra a alemã Volkwagen AG para manter seu status como a maior companhia estrangeira fabricante de automóveis na China.

A companhia disse que ajustou os ganhos antes dos juros e dos impostos para operações internacionais, principalmente na China, mas também na Rússia, Índia e outros países; assim, os ganhos aumentaram em 25%, para 500 milhões de dólares no final do ano.

A GM declarou que seus ganhos brutos tributáveis a acionistas comuns para o trimestre final de 2012 foi de 900 milhões de dólares, ou 0,54 dólar por ação, um aumento de 400 milhões de dólares em relação ao mesmo período de 2011.

O aumento das ações da GM e da Volkswagen dá-se no mesmo período em que Toyota Motor Corp, Honda Motor Co e a Nissan Motor Co lidam com sentimentos anti-Japão ligados à disputa territorial com a China. O mercado é amplo: espera-se que o total de veículos vendidos na China em 2013 passe os 20 milhões pela primeira vez. Em 2011, as vendas tinham chego em 19,1 milhões de automóveis.

Na quinta-feira (14) o Diretor Executivo Financeiro da GM Dan Ammann confirmou que a companhia tinha concordado em readquirir da Shanghai Automotive Industry Corp (SAIC), 1% das ações, o que fará a sociedade voltar aos 50-50%. A GM havia dado à Saic o controle da empresa em 2009, no pico da crise financeira, em troca de empréstimo e financiamento.

Tim Dunne, consultor estratégico sobre o mercado Ásia-Pacífico disse que a China tem sido “muito importante” para a GM desde que a companhia começou a investir massivamente no país, desde a década de 1990. Apesar do tom otimista dos chefes financeiros da empresa, porém, a General Motors ainda está imersa nas consequências da crise financeira capitalista e adota as mesmas políticas neoliberais propostas pelos governos dos EUA e da Europa em busca de “solução”.

Deterioração das condições de trabalho para os funcionários e resgates governamentais para a empresa: a GM recebeu em 2008 quase 13,5 milhões de dólares do governo estadunidense, enquanto continuava transferindo para os seus funcionários os custos de uma crise interna já aparente desde o ano 2000, apenas agravada pela crise mundial.

“Ninguém quer perder a China,” disse Dunne; “uma vez que você sai desse mercado, então as coisas tornam-se ainda mais difíceis.”

Já no Brasil, o então presidente da subsidiária da GM Jaime Ardila, em 2009, disse que o ano anterior havia sido o melhor ano da empresa no país. E em Portugal, por outro lado, o deslocamento da subsidiária Opel para a Espanha deixou 1.100 desempregados diretos e 400 indiretos, segundo a rede de televisão SIC.

Com China Daily
Da Redação do Vermelho