Policiais são exonerados por corrupção no Rio de Janeiro 

Onze policiais civis do estado foram exonerados nesta segunda-feira (18), acusados de envolvimento com jogos ilegais. Entre os demitidos está o delegado José Januário de Freitas, dois policiais aposentados, além de nove inspetores.

Os policiais foram indiciados pela Operação Furacão, articulada pela Polícia Federal em 2007 para combater um esquema de compra de sentenças e pagamentos de propina que favoreciam o funcionamento de casas de bingos e de máquinas caça-níqueis, no Rio.

De acordo com o Diário Oficial do estado os inspetores demitidos são: Marcos Antonio dos Santos Bretas, Rogerio Delgado Carneiro, Claudio Augusto Reis, Miguel Laino, Luiz Henrique Rosetti Loureiro, além de Armando Jorge Varela de Almeida e Alexandre Cândido Pereira de Almeida.

Os nomes dos policiais aposentados demitidos serão publicados no Diário Oficial desta terça-feira (19). São eles Paulo Roberto de Carvalho Moreira da Silva e Maurício Alves de Araújo.

No STF

No ano passado, logo após a realização da operação pela PF, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou os mandados de prisão expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio contra o bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, ex-presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa); e seu sobrinho Júlio César Guimarães Sobreira. A decisão liminar (provisória) é do dia 1º de maio.

Em março de 2012, ambos foram condenados pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, no processo resultante da Operação Furacão, desencadeada em abril de 2007. Capitão Guimarães pegou 48 anos de prisão, e Júlio César, 18 anos. Com a sentença, foram expedidos mandados de prisão contra os dois. Elesficaram presos em Bangu 2, no Complexo de Gericinó, em celas individuais.

O advogado de defesa, Nélio Machado, alegou no STF que a ordem da 6ª Vara Federal Criminal viola a decisão do próprio ministro Marco Aurélio que, em junho de 2007, estendeu habeas corpus a Capitão Guimarães e a seu sobrinho, antes concedido ao bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão. Todos haviam sido presos preventivamente e conseguiram o direito de responder em liberdade.
No recurso ao STF, Machado pediu a soltura dos réus, apesar da condenação. Segundo o advogado, ainda há possibilidades de recorrer contra a sentença.

A juíza Ana Paula condenou 23 réus da Operação Furacão. Além de Turcão e Capitão Guimarães, também foi condenado o bicheiro Aniz Abraão David, o Anísio da Beija-Flor. Outras 21 pessoas foram condenadas, entre elas dois delegados federais e policiais civis. Também foram acusados os desembargadores José Carreira Alvim, Ernesto Dória e José Ricardo Regueira (morto), o ministro do STJ Paulo Medina, e o procurador da República João Sérgio Leal Pereira. Eles ainda não foram julgados.

Com Agência Brasil e Correio do Brasil