Alcides Amazonas: Por mais diálogo entre governo e trabalhadores

Nesta quarta-feira (6), trabalhadores e centrais sindicais estarão em Brasília reivindicando uma bandeira fundamental para o futuro do país: a ampliação do diálogo entre o governo federal e a classe trabalhadora.

Por Alcides Amazonas, deputado estadual pelo PCdoB de São Paulo

A presidenta Dilma Rousseff, assim como Lula em seu mandato, tem amplo respaldo popular resultante especialmente de políticas acertadas que colocaram o país num patamar superior ao que vinha experimentando nos anos neoliberais.

Com uma ampla base de partidos progressistas e avançados, entre os quais o PCdoB, esses governos foram capazes de resguardar o país de maiores estragos advindos da crise econômica mundial; geraram mais postos de trabalho ao ponto de hoje estarmos praticamente em situação de pleno emprego; implementaram uma política de valorização permanente do salário mínimo; distribuíram melhor a renda principalmente por meio da inclusão de milhões de brasileiros em programas sociais importantes para a erradicação da miséria; ampliaram o poder de compra da classe C e fizeram girar a roda da economia ainda que, no último período, o país tenha amargado um PIB bastante modesto.

Porém, é preciso mais para construirmos um país melhor e mais justo. Neste sentido, assim como o governo tem mostrado disposição de conversar com os setores empresariais buscando, com razão, aquecer o setor produtivo, é preciso que também os trabalhadores sejam ouvidos e que suas reivindicações sejam consideradas no planejamento estratégico de nosso país. Se, por um lado, a economia depende daqueles que detêm os meios de produção, por outro estes setores necessitam da mão de obra dos trabalhadores que, por sua vez, precisam e merecem ter melhores condições de trabalho, salário e previdência.

Com o mote “Desenvolvimento, Cidadania e Trabalho”, a 7ª Marcha das Centrais Sindicais e Movimentos Sociais levará bandeiras importantes que não se limitam a questões focadas numa única categoria ou setor social, mas se estendem para o progresso do país como um todo. Uma delas é a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, medida que por si só traz pelo menos duas grandes vantagens.

A primeira é ampliação da oferta de novas vagas. Segundo cálculos do Dieese, diminuir as horas trabalhadas poderia impactar na geração de mais de 2,5 milhões de postos de emprego. A segunda é a possibilidade de oferecer ao povo mais tempo para o lazer, a cultura e a família, fatores que melhoram a qualidade de vida de nosso povo e, até mesmo, o rendimento no cumprimento de suas funções.

Outra questão de fundamental importância é o fim do fator previdenciário. Este dispositivo, entulho do governo Fernando Henrique Cardoso, diminui em cerca de 40% o valor da aposentadoria em relação ao último salário recebido na ativa. Ou seja, depois de tanto contribuir para o progresso da nação e na fase da vida em que mais se necessita de cuidados e assistência, os aposentados sofrem a injustiça de terem seus benefícios reduzidos.

É preciso, portanto, que o governo e o Congresso Nacional revejam esta questão, de maneira a criar novas formatações para a Previdência, acabando com esse cruel achatamento.

Neste 6 de março, esperamos poder ser recebidos pela presidenta Dilma e estabelecer com este que é o nosso governo, o governo dos trabalhadores, uma nova agenda focada no desenvolvimento nacional e no respeito ao nosso povo. Juntos, reunindo sociedade e poder público, conseguiremos ter um país de fato voltado para o bem dos brasileiros.