Piedad Córdoba diz que chavismo sem Chávez é força vigorosa

Neste sábado (9), a ativista dos direitos humanos Piedad Córdoba manifestou através da sua conta no Twitter @piedadcordoba sua satisfação de "ver que o chavismo sem Chávez é hoje uma força democrática vigorosa". Ela também concedeu uma entrevista à Telesur.

A ex-senadora colombiana escreveu também que o chavismo é um movimento político e social graças a muitos anos de trabalho judicioso e abnegado nas bases sociais.

Em uma terceira mensagem, expressou: "Chávez se encarregou de que o chavismo não dependesse dele. O chavismo é hoje uma exemplar escola de liderança, existem milhões de Chávez".

Piedad deixou notar sua aflição ao escrever na rede social: "Permaneceram na alma as lágrimas de tantos e tantas chavistas nas ruas. Nunca tinha visto tal demonstração coletiva de amor e gratidão".

A defensora dos direitos humanos também agradeceu a seus seguidores venezuelanos pela companhia nos momentos difíceis.

Piedad esteve durante a semana em Caracas, onde participou dos atos de despedida ao líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, no salão de honra da Academia Militar, no Forte Tiuna, em Caracas.

Piedad Córdoba destacou ainda a grande contribuição que o comandante da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez Frías, deu ao processo de paz na Colômbia.

Para ela, alcançar a paz em seu país "é o melhor legado e o melhor tributo que, como defensores de uma proposta alternativa de país, com dignidade e soberania, podemos fazer à América Latina, à Colômbia e à memória dele".

Nesse sentido, assinalou que depois da morte do mandatário, o que segue é impulsionar o processo de paz, e destacou que os diálogos que Chávez desenvolveu com a autorização do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, foram precursores das conversações que se desenvolvem hoje entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana.

"Sim, creio que a Colômbia vai a reconhecer isso. Pode ser que não o façam as cúpulas elitistas (…) mas o povo reconhece", assinalou em entrevista à Telesur. "Creio que este tsunami de carinho, de demonstrações de afeto, este terremoto sentimental tão impressionante vai pôr muita gente a pensar."

Piedad assegurou que o líder socialista "gostava muitíssimo da Colômbia", e que ninguém poderá esconder as evidentes demonstrações de imenso carinho do povo venezuelano por seu líder.

A ex-senadora colombiana disse que tinha uma “conexão espiritual profunda e impressionante” e que será sempre leal a seus desígnios, a sua tarefa, a sua proposta".

"Eu acreditava profundamente nele, que ajudou muitos de nós a mudar o imaginário sobre o papel dos militares em uma sociedade", apontou Piedad, que se aproximou de Chávez quando ambos foram facilitadores do processo de paz colombiano em 2007. Naquela gestão, conseguiram a libertação de seis prisioneiros que se encontravam em mãos do grupo guerrilheiro.

Ela recordou episódios que guarda com carinho, como o fato de que o presidente transformou o Palácio de Miraflores, sede do governo, em refúgio para as vítimas das chuvas em 2010. "É um gesto de humanidade que dificilmente um mandatário tem", expressou. "Era um homem impressionantemente humano".

Muito comovida, a ativista pelos Direitos Humanos revelou que o desaparecimento do líder socialista foi para ela um golpe muito forte e uma "dor sem retorno".

"Para mim foi muito gratificante ser amiga dele. Foi uma honra, foi um presente da vida, não só por ser sua amiga mas por abraçar outra proposta política", expressou. "Ele se foi muito rápido, muito jovem. Ainda tinha muito por fazer, muitíssimo", disse com os olhos cheios de lágrimas.

Agência Venezuelana de Notícias