PCdoB SP debate os desafios da atuação entre trabalhadores

O Partido Comunista da Capital de São Paulo realizou neste sábado (9), um encontro que reuniu trabalhadores de diversas categorias e dirigentes de áreas do Partido para discutir a sua atuação no seio da classe trabalhadora.

Encontro dos Trabalhadores - Ana Flávia

A mesa foi composta por Nivaldo Santana, secretário sindical nacional e Altamiro Borges, secretário de questões de mídia do Comitê Central.

Altamiro Borges expôs que o cenário nacional e internacional é marcado por contradições que causam impacto na vida dos trabalhadores e no movimento sindical.

A crise mundial do capitalismo, que é estrutural e sistêmica, não encontra respostas por parte das elites dominantes e dos governos que as representam. As saídas até agora tentadas, principalmente nos Estados Unidos e no continente europeu, têm resultado em apenas mais desemprego e piora das condições de vida do povo.

Por outro lado, segundo Miro, “o continente latino-americano, que na década de 1990 foi o laboratório das políticas neoliberais, passa a ser, no século 21, a referência de resistência ao neoliberalismo” e, com a eleição e reeleição sucessivas de governos de base popular, nacional e democrática, encontra caminhos próprios para enfrentar a crise.

“Aqueles que há mais de dez anos estavam com a bola toda, e  com prepotência falaram do fim da história, agora não estão conseguindo dar resposta à crise que é sistêmica e não é conjuntural”, reforçou Miro.

Neste quadro, a realidade em que vivem os trabalhadores brasileiros é muito diferente da situação enfrentada há dez anos. Hoje a taxa de desemprego é baixa, de 5,5% e a submissão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não faz mais parte da pauta do governo brasileiro.

Segundo Altamiro, embora a lista de conquistas seja extensa, é “preciso olhar para a frente e, sem negar os avanços, encarar os problemas” que fragilizam a construção de um Estado forte.

“Ainda não se fez nenhuma reforma estrutural, nãose  fez a reforma agrária, a tributária e há na economia um processo de desindustrialização e desnacionalização”, avaliou Miro.

Atuação na base sindical

O secretário sindical, Nivaldo Santana, fez sua intervenção baseada na história da organização sindical brasileira. Para o dirigente, o PCdoB tem avançado nos últimos 32 anos, com a retomada do trabalho intersindical.

Segundo Nivaldo, o desafio atual reside na compreensão do conjunto dos militantes da frente sobre o papel da organização no local de trabalho. “Uma questão importante para organizar o partido entre os trabalhadores é ter presença na base dos sindicatos”.

“Nós constatamos o fenômeno da pirâmide invertida, que é o fato de termos mais comunistas na diretoria dos sindicatos, do que na base. O que significa que nós estamos abdicando de uma tarefa essencial para os comunistas que é organizar os trabalhadores em seu local de trabalho”, disse Nivaldo.

Para ele, a maneira para encarar esse problema é a organização, e ela não se dá de forma espontânea e sim com “quadros destacados e capacitados para fazer o trabalho de filiação e organização partidária”.

Gregório Poço, secretário sindical municipal, questionou a forma de atuação atual perante o conjunto de trabalhadores que é composto cada vez mais de jovens e mulheres. “Esses novos trabalhadores querem saber também da luta atual, por isso, cabe perguntar se a nossa bandeira de luta é a mais adequada”, interrogou.

“Nós temos que ter quadros, agenda e uma bandeira de luta justa para mobilizar os trabalhadores e para mudar o nosso vetor de crescimento nesta frente”, completou Gregório.

O debate deve ganhar ainda mais força até o próximo Congresso do PCdoB, que será realizado no segundo semestre deste ano.

Participaram da atividade dirigentes distritais, Marcelo Cardia, secretário de organização estadual, Helifax, secretário sindical estadual, Alcides Amazonas, deputado estdual, professores, metroviários, bancários, condutores, trabalhadores dos Correios, da Sabesp, do funcionalismo público estadual e municipal, além de outros movimentos sociais, como de moradia e de mulheres.

De São Paulo, 
Ana Flávia Marx

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