Aldo Rebelo: Boa alimentação, atletas competitivos

O brasileiro está mais forte, mais bem nutrido e mais alto – eis uma excelente notícia para um país que, pelo aumento da quantidade de atletas em atividade, pretende conquistar qualidade e vitórias em competições internacionais.

Coluna do ministro Aldo Rebelo* no jornal Diário de São Paulo

A relação entre esporte e alimentação está sofisticada a ponto de para cada modalidade indicar-se uma dieta específica, com grupos de alimentos que vão influir no desempenho.

O ciclo virtuoso que o Brasil vive tem proporcionado mais renda, acesso à informação e alimentação farta às camadas populares. Programas como Fome-Zero e Bolsa-Família abastecem a mesa do povo com mais e novos grupos de alimentos.

Pesquisas demonstram que 73,7% das famílias inscritas nos programas não só aumentaram a quantidade como também a variedade do cardápio diário. As crianças, em 69% das famílias, passaram a consumir produtos lácteos, ricos de proteínas essenciais ao desenvolvimento ao menos até dois anos de idade.

Houve um tempo em que as Forças Armadas tinham dificuldade de engajar jovens no serviço militar por causa da baixa estatura. No Exército, a média dos recrutas era de 1,64 m na década de 1980 e subiu para 1,74 m em 2011.

Fenômeno semelhante ocorre no esporte. Talento e treino são essenciais, mas há modalidades, como basquete e vôlei, em que o tamanho faz diferença. As jogadoras principalmente estão mais altas.

Se a estrela Hortência, que seria excepcional com qualquer altura, foi uma grande cestinha com 1,74 m, hoje as integrantes da seleção brasileira de basquete passam de 1,80 e algumas, como Clarissa, Nádia e Érica, medem mais de 1,90 m.

A mesa farta do brasileiro é portanto um indicador de que uma antiga limitação está sendo vencida. Crianças e adolescentes já começam a praticar esporte com o corpo sadio e preparado para atender às exigências dos músculos e do cérebro.

Aldo Rebelo é ministro do Esporte.