México: vítimas de abuso sexual participarão de audiência
Pela primeira vez as 11 mulheres sobreviventes de tortura sexual durante as operações policiais de 3 e 4 de maio de 2006 em San Salvador Atenco, Estado do México, confrontarão o governo mexicano cara a cara, uma vez que poderão narrar sua história diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Publicado 13/03/2013 18:43
Neste 14 de março uma representante das 11 sobreviventes participará de uma audiência na CIDH, com sede em Washington, Estados Unidos, para evidenciar que o Estado mexicano foi cúmplice da violação sexual que viveram há quase sete anos.
Neste encontro estarão frente a frente as vítimas, os delegados da CIDH, uma delegação de funcionários mexicanos e representantes de Centro de Direitos Humanos Miguel Agustín Pro Juárez e do Centro pela Justiça e Direito Internacional – , estes dois últimos defensores cidadãos das 11 mulheres, que escutarão o acontecido em Atenco em 2006.
Esta semana se define a sobrevivente da violência que falará em nome das 11 vítimas diante da CIDH. Eventualmente a delegação do Estado mexicano emitirá uma postura a respeito ou se limitará a escutar os relatos.
Embora pareça ser um comparecimento a mais, na realidade – explica Bárbara Italia Méndez, uma das sobreviventes – é a primeira oportunidade de narrar seu testemunho em um litígio internacional que começou em abril de 2008 contra as autoridades mexicanas e que em sua maior parte consistiu em comunicações escritas.
Este será o momento de escutar parte do testemunho das 11 denunciantes de violação e tortura sexual: Mariana Selvas, Georgina Edith Rosales, María Patricia Romero, Norma Aidé Jiménez, Claudia Hernández, Ana María Velasco, Yolanda Muñoz, Cristina Sanchéz, Patricia Torres, Suhelen Gabriela Cuevas e Bárbara Italia Méndez.
Em entrevista, Italia assegura que este comparecimento tem um custo emocional porque quem representa a 11 mulheres terá que falar do sucedido em Texcoco e San Salvador, no Edomex, quando 47 mulheres foram presas e 27 delas foram golpeadas, insultadas e torturadas por policiais estaduais e federais.
Em 2006 quando ocorreram os acontecimentos Enrique Peña Nieto era governador de entidade e a sua administração começou a conduzir as investigações que não apresentou resultados. De forma paradoxal agora como Presidente da República o seu governo deverá levar o litígio contra as 11 peticionárias.
Fonte: Adital