Brasil amplia desenvolvimento humano e tem resultado histórico

Com um crescimento de 24% no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desde 1990, o Brasil está entre os 15 países que mais conseguiram reduzir o déficit no índice que mede o desenvolvimento humano de cada país. Os dados estão no relatório de Desenvolvimento Humano 2013, lançado nesta quinta (14) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e levam em conta dados do ano de 2012.

O Brasil manteve a mesma colocação em 2011, ficando em 85º lugar, entre os 187 países avaliados. A posição coloca o Brasil entre os países com desenvolvimento humano elevado, com IDH de 0,730. Noruega, Austrália e Estados Unidos são os primeiros colocados.

Na outra ponta aparecem, a República Democrática do Congo, destruída por conflitos internos, e o Níger, como os países com menor pontuação no IDH. O ranking avalia o desenvolvimento humano dos países em 3 dimensões: vida longa e saudável, acesso à educação e padrão decente de vida.

O relatório destaca a ascensão dos países do Sul, com destaque para Brasil, Chile, Índia e China. De acordo com o estudo, estes países estão “remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano”.

“O relatório mostra que alguns países adotaram modelos de desenvolvimento com maior destaque para a participação do Estado e políticas de transferência de renda que tiveram um resultado histórico”, disse o representando do PNUD no Brasil, Jorge Chediek, que classificou o Brasil como um dos protagonistas dessa mudança.

Cálculo

O IDH é a referência mundial para avaliar o desenvolvimento humano a longo prazo. O índice é calculado a partir de três variáveis: vida longa e saudável (medida pelo indicador expectativa de vida), acesso ao conhecimento (medido pelos índices média de anos escolaridade em adultos e anos esperados de estudo) e e um padrão de vida decente (calculado a partir da renda nacional per capita).

Com esse valor, o Brasil está no grupo de "alto desenvolvimento humano", mas ainda fica atrás da média da América Latina: 0,741.

Comparações

Quando comparado a países dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil aparece com o segundo melhor desempenho do grupo, atrás apenas da Rússia. A média do Brics é de 0,655. A Índia apresenta o menor índice do grupo, 0,554, enquanto a Rússia tem 0,788.

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Elogios 

Os avanços registrados pelo Brasil na área social levaram o Pnud a fazer uma série de elogios ao país, em especial às políticas de combate à fome e para a erradicação da miséria.

O representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que o Brasil é mencionado várias vezes no relatório por ser "um dos novos atores globais". " [O Brasil] é reconhecido como um país que tem mudado o seu padrão histórico em pouco tempo", afirmou.

Entre os avanços, o documento referente ao Brasil destaca que, entre 1980 e 2012, a expectativa de vida ao nascer aumentou 11,3 anos (chegando a 73,8 anos) e a média de anos na escola aumentou em 4,6 anos (alcançando 14,2 anos).

Outro ponto ressaltado foi a rapidez com que país reduziu a miséria. "A primeira das Metas de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir pela metade a proporção de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 (R$ 2,50) por dia em relação a 1990, realizou-se três anos antes da data prevista. Isto se deve principalmente ao sucesso de alguns países mais populosos para erradicar a extrema pobreza: Brasil, China e Índia têm tudo para reduzir drasticamente a proporção de sua população que é de baixa renda. No Brasil, caiu de 17,2% da população em 1990 para 6,1% em 2009", diz o texto.

Crescer e distribuir renda

O relatório ainda faz uma análise do desenvolvimento mundial associado à redução da miséria, citando mais uma vez o caso brasileiro. "O crescimento tem sido frequentemente muito mais eficaz na redução da pobreza em países com baixa desigualdade de renda do que em países com alta desigualdade. O crescimento é também menos eficaz na redução da pobreza quando a distribuição de renda piora ao longo mais tempo. As exceções parecem ser a China e o Brasil. No início de 2000, o Brasil utilizou políticas voltadas para a redução da pobreza. Apesar da alta desigualdade na distribuição de renda, o país se tornou mais igualitário ao longo deste período."

O relatório ainda cita melhorias na educação brasileira. Segundo o Pnud, a transformação começou com a "equalização de financiamento entre regiões, Estados e municípios", com a criação, em 1996, do Fundo Nacional de Desenvolvimento para o Ensino Fundamental, quando passou a ser estipulado um gasto mínimo nacional por aluno no ensino fundamental. "Isso aumentou os recursos para alunos do ensino primário no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. (…) Como resultado desse investimento, as notas de matemática dos brasileiros no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes subiu 52 pontos entre 2000 e 2009, o terceiro maior salto da história."

O Brasil também se tornou referência regional em tecnologia agrícola. O país concentra 41% das despesas com pesquisa agrícola na América Latina – segundo dados de 2006 –, o que tem feito crescer quase quatro vezes a eficiência agrícola por trabalhador.

O relatório vê também uma "ascensão do Sul", com desenvolvimento humano mais rápido de países em crescimento, como Brasil, Índia, África do Sul e China.

Fonte: Agência Brasil e Uol Internacional