Áreas verdes do DF sofrem degradação

Estima-se que cerca de 41% da área dos parques e unidades de conservação estão degradados ou perturbados, ou seja, tiveram suas características alteradas.

Os vilões são a ocupação irregular, o desmatamento e, é claro, quem joga lixo e maltrata os espaços verdes da capital. Especialistas alertam para a necessidade de maior controle.

O Projeto Mapear, conduzido pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), utilizou imagens de satélite para traçar um panorama ambiental do Distrito Federal. No primeiro momento, foram identificadas apenas unidades de conservação, que incluem parques ecológicos e reservas ambientais. A próxima ação visa mapear todas as outras áreas do DF, para registrar o estado de conservação ambiental.

Área monitorada

O projeto mapeou 66 parques, totalizando 8.255 hectares, o que representa 83% da área total das unidades de conservação. Dentro da área monitorada, 4.646 hectares ainda contêm vegetação nativa preservada e 3.551 hectares foram degradados ou perturbados. De acordo com o levantamento do Ibram, o conceito de áreas degradadas também inclui aquelas com infraestrutura de parques ou afetadas por outros fatores, sem ser, necessariamente, desmatamento ou destruição.

Segundo especialistas em meio ambiente, os órgãos de governo devem investir em infraestrutura, para controlar possíveis poluidores e coibir loteamentos irregulares para que o processo seja revertido.

A bióloga Gabriela Vítor conduziu um estudo sobre a efetividade de gestão dos parques do DF e o resultado não foi animador, com apenas 22% de êxito nas políticas de conservação das unidades.

Plano de manejo

“Um dos maiores problemas é que apenas 70% deles possuem um plano de manejo, que serve para traçar as necessidades de cada local. Sem ele, as unidades são criadas sem que se saiba os problemas enfrentados, se as espécies estão em harmonia, se existe problema de loteamento irregular”, diz.

Fazer uma boa gestão, segundo o consultor ambiental Ronaldo Weigand, passa por conscientizar os usuários: “Eles costumam ter um comportamento inadequado. Para administrar bem, é preciso, além da fiscalização, deixar tudo arrumado. Afinal, se o frequentador chega e vê lixo no chão e bagunça, vai interpretar aquilo como um local sem regras”.