Coronelismo e patrulhas ideológicas no Maranhão

 

O modus operandi da oligarquia Sarney no Maranhão é formado por muitos tentáculos. Entre eles, destaca-se a dependência dos prefeitos aos favores do Palácio dos Leões.

Sem planejamento estratégico focado no desenvolvimento, a oligarquia lança mão do clientelismo e do apadrinhamento como balcão de negócios para coagir as administrações municipais.

Assim, enraizou-se no Maranhão a cultura política da dependência, que condiciona os apoios aos favores e vice-versa, decorrendo desse processo a cooptação das lideranças políticas.

Pragmatismo total!

BEM E AGIOTAGEM

Essa situação agravou-se com a falência e a conseqüente privatização do Banco do Estado do Maranhão (BEM).

Em qualquer lugar do mundo, os bancos públicos são peças fundamentais no financiamento dos arranjos produtivos, no incremento da atividade econômica e na geração de emprego e renda.

No Maranhão foi diferente. O BEM esteve a serviço das maldades contra os seus próprios funcionários e na contra-mão dos interesses republicanos, até ser vendido ao Bradesco.

Em vez do dinheiro público oficial do BEM, entraram no mercado os agiotas, controlando a rede de corrupção desde as eleições até a gestão dos prefeitos eleitos.

Sem as ferramentas oficiais de acesso ao crédito para fomentar o desenvolvimento local, os prefeitos ficam à mercê das migalhas da oligarquia ou do dinheiro sujo da agiotagem.

PATRULHAS

Tudo acima foi dito para debater o agendamento da expressão “patrulhas ideológicas” nos blogues alinhados ao governo Roseana Sarney (PMDB).

Segundo os ventrílocos da governadora, jornalistas e assessores ligados a Flavio Dino (PCdoB) estão patrulhando políticos e ativistas midiáticos que destoem do projeto da oposição.

Dino é acusado de ser o chefe da patrulha, vigiando e censurando os prefeitos e lideranças que dialogam com a governadora em solenidades públicas.

Sem a máquina do governo, é obvio que a oposição vai costurar apoios e buscar fidelidade dos aliados. É a regra do jogo político, onde cabe a crítica àqueles que podem deslizar ao campo adversário.

A suposta patrulha, nesse sentido, disputa poder em uma correlação de forças desigual.

CORONEL E CURRAL

Roseana Sarney usa a estrutura do governo para amilhar e cooptar os prefeitos, com o objetivo de tê-los no projeto de continuidade do mais do mesmo em 2014.

É coisa típica de coronel, que coage seus subordinados ao voto de curral.

Flavio Dino se vira como pode. Busca alertar os potenciais aliados para o bloco da oposição. Nesse caminho, construiu a plataforma “Diálogos pelo Maranhão”, tentando construir uma frente e um programa de governo.

Salvo raras exceções, prefeito no Maranhão não tem ideologia nem partido. Tem interesses por negócios. Se Roseana pode favorecê-los, estarão com ela em 2014.

Não há patrulha ideológica que dê jeito nessa cultura política da migalha, do apadrinhamento e do clientelismo.

É uma praga no Maranhão.

Fonte: Blog do Ed Wilson.