Batalhão de Choque usa violência em invasão ao Museu do Índio
O Batalhão de Choque invadiu, no final da no começo da tarde desta sexta-feira (22), o antigo Museu do Índio, na Aldeia Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, ocupado por índios e manifestantes simpatizantes. No momento da invasão, ainda havia 14 indígenas no local, que foram retirados à força.
Publicado 22/03/2013 15:05

Outras seis pessoas saíram mais cedo voluntariamente, após um acordo com o governo para que fossem levadas a um terreno em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Às 11h50, dois disparos chegaram a ser ouvidos.
A polêmica disputa pelo terreno no qual está situado o antigo Museu do Índio, no entorno do Maracanã, no Rio de Janeiro, começou em outubro de 2012. Os indígenas ocupavam o local desde 2006. Eles queriam que o local se transformasse em um centro cultural. A polícia foi para o local para cumprir um mandado de desocupação expedido pela Justiça Federal na última sexta-feira (15). O prazo final para os índios deixarem o espaço terminou nesta quinta-feira (21).
Com a entrada dos homens do Batalhão no local, os manifestantes que protestavam contra a desocupação se sentaram na pista da Radial Oeste. A polícia utilizou spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o protesto e houve confronto com os manifestantes.
O coronel Frederico Caldas, relações públicas da Polícia Militar, disse que a invasão se deu após um incêndio iniciado no interior do museu. O Corpo de Bombeiros precisou ir até o local para apagar as chamas. Ele disse ainda que índios e manifestantes começaram a jogar pedras quando a polícia entrou.
O índio Michael Oliveira, da etnia Arauaque, relata que o Batalhão de Choque invadiu o local no meio de um ritual indígena. "A gente estava fazendo nosso ritual e a polícia entrou desrespeitando a gente. Me bateram com cacetete, jogaram gás, ao contrário do que foi combinado", contou.
Fonte: Uol Notícias