Avós da Praça de Maio: Papa nunca falou de nossos desaparecidos

“Sempre quisemos falar com ele. Esperávamos que nos convocasse como máximo expoente de nossa igreja na Argentina, mas nunca nos chamou”, declarou a titular das Avós da Praça de Maio, Estela Carlotto, durante o ato multitudinário na Praça da Paz para lembrar os 37 anos do golpe militar na Argentina.

Estella Carlotto

Estela disse estar magoada por não éter recebido um convite ao diálogo por parte de Jorge Bergoglio durante seus anos de presidente da Conferência Episcopal Argentina e pediu que “reverta esta situação”. A titular das avós desejou que “quando o Papa vier à Argentina ou antes, podemos viajar, conversar e nos dar a mão que nunca nos demos”.

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“Temos confiança nele. Desejamos o melhor, que o Espírito Santo o ilumine e seja o papa que o mundo espera que ele seja, e esperamos também que faça um gesto por este tema e esperamos ser recebidas por ele”, acrescentou Carlotto.

Justiça

A respeito da marcha realizada neste domingo (24), Estella destacou a presença de “tantos jovens e famílias”, do ex-juiz espanhol, Baltasar Garzón, “que marchou ao lado de todos” e, em especial, marcou a presença dos magistrados e representantes da justiça “junto aos quais estamos tratando de modificar a constituição do poder judicial”.

Neste marco, disse que “há gente dentro do poder judicial que ainda responde a este passado de terror, posterga causas e coloca travas para que as coisas não sejam resolvidas em tempo”.

Da Redação do Vermelho,
com Página/12