Metalúrgicos planejam greve diante de impasse da Motorola

Na sexta-feira (22), mais uma vez, os trabalhadores da Motorola demonstraram que estão preparados para uma possível greve. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna (SP), após a realização de assembleias com o primeiro e o segundo turno e o setor administrativo da fábrica, ficou claro que se as reivindicações dos trabalhadores são atendidas ou na semana que vem uma greve será decretada.

Segundo o sindicato, foram 11 reuniões até o momento, somando as negociações com a Flextronics e a Motorola, que correm em separado. "Houve avanços em alguns pontos, mas em outros o impasse continua. E nem os trabalhadores nem o Sindicato estão dispostos a ceder em qualquer um desses pontos".

Este foi o recado passado com veemência pelos diretores do SindMetal aos trabalhadores nesta segunda-feira (25) e na tarde da última sexta (22). "Os companheiros do terceiro turno também serão informados das negociações e seguramente reforçarão este movimento de resistência aos desmandos e arbitrariedades do capital".

"Para mostrar que ninguém está para brincadeira, o Sindicato propôs uma nova paralisação, com a intenção de demonstrar a unidade e o compromisso dos trabalhadores com a causa. Foram mais de 3 horas de braços cruzados no primeiro turno e outras 3 horas no segundo período, com total apoio e adesão dos trabalhadores, que aprovaram por unanimidade o encaminhamento proposto pelo Sindicato de fazer a declaração de estado de greve na próxima semana, caso as negociações não avancem nos pontos discordantes".

Haverá nova reunião com a Motorola na segunda-feira (1º/04) e outra com a Flextronics na terça (2). Ambas empresas darão uma nova resposta à Pauta de Reivindicações dos trabalhadores, principalmente em relação aos temas mais delicados, como a recusa dos trabalhadores em aceitar a elevação da jornada de trabalho para 44 horas semanais, o convênio da Unimed, a assistência farmacêutica da E-Pharma, o reajuste salarial da data-base e o Plano de Benefícios pleiteado pelo Sindicato para os funcionários da Motorola que migrarão para a Flextronics.

Todos os diretores, assessores e advogado do Sindicato que se manifestaram na assembleia deixaram um recado bem simples e claro para as empresas. “Em hipótese alguma será aceito qualquer retrocesso nas conquistas dos trabalhadores. Eles não podem ser prejudicados por causa de uma transação comercial entre gigantes do capitalismo. Se não resolverem os impasses que foram criados, então, companheiros, é greve já!!”.

Fonte: CTB