Coreia Popular: Embaixador brasileiro fala das tensões regionais

 Há quase quatro anos na República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o embaixador do Brasil Roberto Colin deu uma entrevista à Agência Brasil sobre a crise na Península Coreana, dizendo que o país está em um “clima de normalidade”, apesar de reconhecer que a situação tem feito parte das conversas diárias.

O embaixador disse que, apesar do agravamento da crise na região, sob a ameaça de uma guerra nuclear, o clima é de “normalidade e nada se percebe de incomum”, e que há dois dias as Forças Armadas reafirmaram a responsabilidade do governo dos Estados Unidos por uma “política hostil” contra os norte-coreanos.

Por precaução, Colin, que está no país com a mulher e filho, além de um único funcionário do Ministério das Relações Exteriores, disse ter à disposição da Embaixada um abrigo subterrâneo com gerador próprio para ser usado em caso de ataque.

O embaixador disse que, na imprensa, tem-se dado preponderância à cobertura sobre o crescimento econômico, e que o jornal do Partido Comunista norte-coreano, o Rodong Sinmum, tem se dedicado às “importantes decisões tomadas pela sessão plenária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, no dia 31 de março, e da reunião da Suprema Assembleia Popular de 1º de abril quando, entre outras decisões, foi escolhido um novo primeiro-ministro, tido como reformista”.

Colin disse também que no domingo (7), “as Forças Armadas deram um briefing sobre a situação na Península Coreana, em que voltaram a responsabilizar a ‘política hostil’ dos Estados Unidos em relação à Coreia do Norte pela crise atual”.

Sobre o Ministério de Relações Exteriores brasileiro, o embaixador disse estar em contato permanente com o Itamaraty desde o aumento das tensões na Península Coreana.

Colin também já viveu em Moscou e no Congo, “em períodos de tensão”, apesar de que a situação não é de “perigo visível”, em sua opinião, como nos casos anteriores. “Aqui a situação é diferente, de incerteza, porque é difícil avaliar o risco que realmente existe”, disse.

Perguntado sobre os planos para a evacuação de brasileiros no caso de uma escalada das tensões para uma guerra, o embaixador disse não haver nada definido porque os cidadãos que hoje vivem na Coreia Popular são apenas da esposa e filha do embaixador da Palestina, ele, a sua família e um funcionário administrativo da Embaixada.

Caso ocorra uma guerra, Colin disse que pretendem uma evacuação para Dandong, na fronteira da China com a Coreia Popular, a 4 horas de viagem por via terrestre.

A Rússia e a China, aliadas da Coreia Popular, já pediram a calma das partes envolvidas no aumento da tensão e a responsabilidade no sentido de evitar-se uma guerra gravíssima. O governo norte-coreano vinha denunciando a presença militar estadunidense, em exercícios conjuntos com a Coreia do Sul, o que foi interpretado como uma provocação imperialista.

Com Agência Brasil