Coreia do Sul pede diálogo por causa de extinção de empresa

A atitude do governo da Coreia Popular de fechar o complexo empresarial situado em Kaseong levou nesta quinta-feira (11) o governo da Coreia do Sul a recuar, pela primeira vez desde o início da crise insuflada pelos exercícios militares dos EUA na região, e pedir "diálogo com a Coreia Popular.

Distrito industrial de Kaesong

O secretário-geral do Partido do Trabalho da RPDC, Kim Yang-gon, anunciou na última segunda-feira (8), após visitar o Parque Industrial de Kaesong, que o país decidiu suspender as operações e vai considerar a desativação do local, em consequência das ameaças e provocações efetuadas pelos Estados Unidos e por seus satélite sul-coreano.

A notícia caiu como uma bomba em Seul, que mandou seu ministro da Unificação, Ryoo Kihl-jae, pedir a Pionguiangue que retome as negociações em torno do complexo industrial que fica em seu território..

"Pionguiangue deve comparecer à mesa de negociações imediatamente", esbravejou em entrevista coletiva o principal funcionário da pasta encarregada das relações com a Coreia Popular, após insistir que "as duas Coreias têm de debater formas de normalizar o parque industrial através do diálogo".

Segundo o funcionário sul-coreano, a desativação do parque "não beneficiará o futuro da nação coreana" e afetará ainda as empresas e empregados locais.

Nesta quinta, o governo da RPDC voltou a prometer fechar o complexo industrial, devido à alta tensão e o risco de guerra. Segundo a Coreia Popular, as instalações representam um dos alvos dos Estados Unidos.

A Coreia Popular não é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear, e desenvolve um programa de energia voltado para o uso bélico e civil. As ameaças dos Estados Unidos recrudesceram quando o país lançou um satélite e realizou uma prova nuclear subterrânea.

Os EUA reagiram ampliando as sanções contra o país asiático e pressionando o Conselho de Segurança da ONU para agir de modo mais "decisivo" contra a Coreia Popular. Também partiu para a provocação militar, realizando exercícios militares com as forças armadas sul-coreanas à beira da fronteira e do mar territorial norte-coreano.

Nesta quinta, um porta-voz do ministério da Defesa sul-coreano afirmou que o sistema de defesa contra mísseis do país interceptará qualquer míssil lançado contra seu território por Pionguiangue.

A China voltou a conclamar as partes a evitar ações que agravem as tensões, e o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, insistiu em que a situação atual é extremamente complexa e sensível e que ninguém deve colocar em risco a paz e a estabilidade na Península Coreana.

Segundo o jornal chinês China Daily, a aprovação em 7 de março de nova resolução condenando a Coreia aumentou o risco na região. "Pionguiangue pode ter razões suficientes para demonstrar preocupação com a segurança e, como estado soberano, tem todo o direito a ampliar sua defesa nacional e desenvolver sua ciência", afirma o jornal.

"No entanto, a RPDC não pode desafiar as resoluções do Conselho de Segurança", sinaliza o jornal.

Com agências