Gremista é atingida com rojão e tem perda parcial da audição

A torcedora do Grêmio atingida por um rojão antes da partida contra o Fluminense nesta quarta-feira (10), no novo estádio do Grêmio (Arena), segue com perda parcial da audição.

Torcedora Greice Gomes atingida por rojão - Divulgação

Na tarde desta quinta-feira (11), a estudante Greice Gomes esteve no Departamento Médico Legal (DML) realizando exame de lesão corporal. A ocorrência foi feita na hora do incidente, com auxílio do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar. Em conversa com o jornal gaúcho Sul21, a torcedora criticou a segurança no estádio e a indiferença do clube em relação ao caso. “Um estádio de primeiro mundo tem que ter segurança de primeiro mundo. Não é possível que este tipo de artefato entre no estádio”, disse.

Sócia do Grêmio, a torcedora acompanhou o time em todos os jogos desde a inauguração da Arena. Sem perder uma partida da Copa Libertadores, ela vai ao estádio acompanhada do namorado, Guilherme Costa. Nesta quarta-feira, ambos estavam sentados no setor Gramado Sul e por volta das 20h40min, a expectativa com a partida contra o tricolor carioca transformou-se em pânico. “Eu estava sentada com meu namorado. Tiramos foto e tal. Quando de repente houve o estouro bem atrás de mim, do lado esquerdo. Eu até pensei que fosse da torcida do Fluminense, mas infelizmente era da minha própria torcida”, lamentou.

Com o estouro, Greice perdeu a audição do ouvido esquerdo e segue com dificuldades para ouvir. Com o susto da surdez momentânea, ela deixou a arquibancada em busca de atendimento médico. Foi atendida no posto da Unimed da Arena e seguiu acompanhada pelos policiais do BOE para registrar a ocorrência.

“Nós agimos na identificação do autor do disparo do rojão por meio das imagens de videomonitoramento e entregamos o torcedor ao Jecrim (Juizado Especial Criminal). Eles julgaram que era caso de flagrante e ele foi autuado. Apresentamos ele para a Polícia Civil”, explica o tenente-coronel do BOE, Kleber Rodrigues Goulart.

O caso foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) ainda na madrugada desta quinta-feira. A torcedora que saiu de casa para assistir a partida entre Grêmio e Fluminense ficou cerca de cinco horas entre o atendimento médico e registros policiais. Ela ficou sabendo do resultado enquanto aguardava o registro da ocorrência no posto da Brigada Militar da Arena. “As pessoas passavam e eu ouvi que tinha sido empate. Do jogo eu não vi nada”, disse.

Outros incidentes

Após o problema com Greice, quando os dois times entravam no gramado, dois torcedores usaram sinalizadores – um deles foi identificado pelo Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar. Ainda na etapa inicial, dois torcedores do Fluminense pularam a grade divisória e iniciaram uma confusão, logo contida. O tenente-coronel do BOE, Kleber Rodrigues Goulart, falou que tanto o rojão como os sinalizadores são proibidos pelo Estatuto do Torcedor. “Qualquer artefato de artifício é proibido em estádio de futebol. Isso é do conhecimento de todos os torcedores. Mas para coibir é mais difícil. As pessoas burlam a revista e acabam ingressando com este tipo de material. Quando flagramos, afastamos estas pessoas do estádio, como o ocorrido no caso da torcedora”, explicou.

“Eu sinceramente não sei onde vamos parar com isso. Quem vai ao estádio apenas para se divertir é que acaba pagando. O fato que ocorreu na Bolívia não serviu de exemplo? Eu sou sempre revistada. Então não revistam algumas pessoas da mesma forma? Ninguém do clube me ligou nem para saber se eu estou bem”, contou. “Vou repensar as idas ao estádio. Ao menos o setor que eu fui, eu não vou mais. Imagina se fosse um Gre-Nal?”, disse.

Fonte: Sul21