O PT na encruzilhada

As movimentações de bastidores da política tocantinense com vistas a traçar alianças para 2014 foram protagonizadas nas últimas semanas pelo PT. O de Donizete, diga-se.

Desde a filiação do ex-secretário de Saúde Nicolau Esteves, lá em Araguaína, até o encontro de Gurupi semana passada, Paulo Mourão, ao lado de Donizeti Nogueira, tem protagonizado a cena para trazer o partido de volta ao cenário de maneira competitiva na sucessão do governador Siqueira Campos(PSDB).

De que forma? Evidente que na oposição.

Passada a lua de mel do primeiro ano de governo, em que Donizeti acertou os apoios de Amália Santana e José Roberto com Eduardo Siqueira para a eleição do presidente Raimundo Moreira, muita água já rolou debaixo da ponte.

Tanta, que o partido caiu em si e perdeu o interesse pela ação de Ivan Vaqueiro contra Solange Duailibe. No momento do ápice do enfrentamento entre os grupos de Donizete, Santana e cia contra o grupo de Raul, houve até posicionamento em favor de Vaqueiro. Agora não mais, provocando a reação do suplente que se viu abandonado.

Mas vamos em frente.

Com Nicolau ao lado como virtual candidato ao governo pela sigla, Paulo Mourão bateu às portas do amigo, Marcelo Miranda, em sua casa. A visita provocou reflexos e a conversa de bastidores de que Miranda poderia migrar para o PT, o que ele prontamente desmentiu. Está na briga pelo comando do PMDB no Estado.

Na outra ponta, não tão distante da primeira, Mourão foi chamado por Carlos Amastha, que pretende liderar a oposição em 2014 para uma conversa nos últimos dias. O objetivo: uma aliança entre PP e PT, que teria a legitimidade e a preferencia do palanque da presidente Dilma.

Quanto a isto os dois têm um desafeto comum, que querem neutralizar completamente no Estado, quanto ao apoio da presidenta: a senadora Kátia Abreu, virtual candidata à reeleição, mas que pode ir a governo, dependendo do cenário.

Enquanto governa de um lado, o prefeito do PP articula de outro, através principalmente de seu candidato a deputado federal por Palmas: Tiago Andrino. A idéia é formar uma chapa competitiva. Alinhado com este projeto e com os dois pés dentro da prefeitura está o deputado Jose Roberto. Este, ainda tentando amenizar o “fogo amigo” de Amastha contra Raul.

Ah, o PT de Raul. Este continua mais do que nunca ligadíssimo a João Ribeiro. Este que pelo menos por enquanto, corre em linha paralela a Carlos Amastha.

Coisas da política do Tocantins: ninguém sabe quem fica com quem no final.

Na outra ponta, a deputada Amália Santana, irmã do prefeito Santana, vive seus momentos de agonia à espera do TRE. Para evitar afrontar o governo em momento tão difícil, tem evitado comparecer às reuniões onde o partido vai tirando os indicativos para definir até abril – prazo acordado entre Donizeti e Amastha – sua posição oposicionista.

Caminhando para o desquite definitivo com o governo Siqueira, por entender que não há viabilidade para o PT fora da oposição, Donizete e Mourão tecem a chapa que vai à luta em 2014. O ex-prefeito de Porto e ex-deputado federal, sonha em terminar a costura como candidato a Senador. Com o apoio do prefeito da Capital. Resta saber quem vai a reboque e quem ficará esperneando, no meio do caminho.

Fonte: Autor: Roberta Tum