Alesp convoca GEP para explicar flagrante de trabalho escravo
Os diretores da empresa GEP, que detém as marcas Cori, Emme, Luigi Bertolli e que representa a grife internacional GAP no Brasil, terão que prestar esclarecimentos, na próxima quarta-feira (17), à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), devido ao flagrante de trabalho escravo na confecção de roupas que comercializam.
Publicado 13/04/2013 11:56
Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou, em 22 de março, 28 imigrantes bolivianos costurando peças para o grupo GEP em condições análogas às de escravo, numa oficina têxtil clandestina na zona leste de São Paulo. Os resgatados cumpriam jornadas exaustivas, acumulavam dívidas e estavam sujeitos a condições degradantes, por problemas de segurança e higiene no interior do estabelecimento.
As vítimas trabalhavam das 7h às 18h, de segunda-feira à sexta-feira. Aos sábados, cuidavam da limpeza e manutenção da oficina. "Quanto mais peças costurarmos, mais dinheiro ganhamos, então preferimos não parar”, afirmou um dos trabalhadores na ocasião. Aliciados na Bolívia, alguns dos imigrantes já começavam a trabalhar endividados, porque eram obrigados a pagar os custos de transporte e entrada no Brasil. Mesmo os que administravam a oficina tinham dívidas com empréstimos para a compra de novas máquinas e contratação de mais costureiros.
Entre os problemas detectados na oficina clandestina estavam desde questões de segurança, incluindo extintores de incêndio vencidos, fiação exposta e botijões de gás em locais inapropriados, com risco agravado pela concentração materiais inflamáveis, até problemas relativos às condições de alojamento. Os resgatados viviam em quartos adaptados. Além disso, alimentos foram encontrados armazenados junto com produtos de limpeza e ração de cachorros.
Fonte: Repórter Brasil