Governo chinês divulga Livro sobre defesa nacional do país

O governo chinês lançou na terça-feira (16) o Livro Branco sobre a defesa nacional do país, revelando pela primeira vez o número de efetivos do exército, marinha e força aérea. Além disso, o documento expõe pela primeira vez as missões e responsabilidades do exército na defesa dos interesses nacionais marítimos, e no exterior.

De acordo com os especialistas militares, esta medida pretende reforçar a transparência nas Forças Armadas da China.

Segundo o Livro Branco, intitulado de "Aplicação Diversificada das Forças Armadas da China", as tropas de combate do exército contam com 850 mil efetivos militares, agrupados em 18 unidades e brigadas, subordinadas às sete zonas militares.

A marinha chinesa tem 235 mil membros e três frotas, Beihai, Donghai (Mar do Leste) e Nanhai (Mar do Sul), incluindo tropas de aviões a bordo, bases marítimas, unidades de patrulha marítima, unidades aéreas terrestres e brigadas de fuzileiros. Em setembro de 2012, o primeiro porta-aviões "Liaoning" integrou a Marinha Chinesa, um passo importante para salvaguardar a segurança marítima da China, diz o documento.

Ainda de acordo com o Livro Branco, a força área tem 398 mil membros, sete zonas militares e uma unidade de pára-quedas. A força aérea conta com bases e divisões aéreas, brigadas de mísseis terra-ar e brigadas de radar. O Livro Branco revela ainda que a tropa da segunda artilharia está equipada com os mísseis balísticos Dongfeng e mísseis de cruzeiro Changjian (Longa Espada).

O diretor do Centro de Estudo das Políticas de Defesa Nacional da Academia de Ciências Militares da China, Chen Zhou, apontou que a divulgação do documento visa reforçar a transparência das Forças Armadas da China, para aumentar a confiança mútua entre China e outros países, e responder às dúvidas dos parceiros internacionais.

"Uma das principais metas do lançamento do Livro Branco é aumentar a confiança recíproca entre a China e outras nações e satisfazer as dúvidas do mundo sobre as políticas nacionais. Esta medida revela que o exército chinês é de confiança e está disposto a cooperar."

Atualmente, a China enfrenta muitos desafios na defesa dos interesses marítimos. Salvaguardar os interesses do mar é uma importante missão para as tropas chinesas e também uma necessidade real do país para lidar com as ameaças vindas do exterior. Com a mudança da situação global e das necessidades da segurança da China, o exército chinês soma cada vez mais responsabilidades. As tropas chinesas participam mais em ações internacionais, como resgates e escolta no Golfo de Aden.

Ao responder às dúvidas sobre o reforço da presença militar chinesa no exterior, o vice-diretor do gabinete de urgência da Sede Geral do exército, Wu Xihua, reiterou a posição da China:

"As tropas chinesas defendem os interesses nacionais no exterior, e não pretendem reforçar a presença territorial, nem procurar hegenomia. A China não construiu nenhuma base militar fora do país."

No documento está escrito que a China defende um novo conceito de segurança com base na confiança e benefício mútuo, igualdade e coordenação, e busca por uma segurança abrangente, comum e cooperativa. "A China nunca procurará hegemonia, nunca se comportará de forma hegemônica, nem tem como objetivo a expansão militar", lembra o Livro Branco.

Fonte: Rádio Internacional da China