PF fecha 34 casas de bingo no DF e no Entorno em 14 meses

Na terça, 12 máquinas de caça-níqueis portáteis de um estabelecimento próximo à barragem do Lago Paranoá foram apreendidas. Quatro idosos jogavam na casa quando o local foi fechado.
Segundo Lopes, mais de 300 aparelhos foram recolhidos durante os 14 meses. As ações integram a Operação Jackpot. Até o começo de março, a polícia disse que pelo menos 60 pessoas chegaram a ser presas em flagrante durante as operações. Dessas, seis acabaram tendo decretada a prisão temporária. O restante foi liberado após assinar termo de compromisso.

O delegado disse ainda que o trabalho para interromper as atividades das casas considera denúncias e levantamentos da polícia. Após a identificação do local, os agentes levam cerca de uma semana para fechá-lo. "A gente passa dias monitorando, identificado os carros que entram e que saem, quem são os donos desses carros, fotografando as pessoas. As casas de bingo funcionam às escuras. O auge mesmo costuma ser entre 19h e 20h e o lucro diário supera R$ 3 mil", disse.

A Operação Jackpot envolve também a participação da Polícia Civil de Goiás. As principais cidades do Entorno onde foram encontradas casas de jogos ilegais são Valparaíso, Planaltina de Goiás, Cidade Ocidental e Águas Lindas.

Em agosto, a Polícia Civil do DF prendeu temporariamente Raimundo Washington Queiroga e Otoni Olímpio Queiroga Júnior. Eles também já haviam sido presos na Operação Monte Carlo, em fevereiro de 2012. Olímpio Queiroga, irmão de Raimundo e Otoni, é apontado pela Polícia Federal como sócio de Cachoeira. Os irmãos Queiroga foram apontados pela operação Monte Carlo como braços direito de Carlinhos Cachoeira. Otoni Olímpio Júnior morreu em um acidente de carro em setembro do ano passado.

“Alguns dos envolvidos na operação Jackpot têm relação com a operação Monte Carlo. É o mesmo grupo que comanda os jogos ilegais no DF e Entorno. A exploração de jogos pode existir, mas a repressão está sendo feita de forma uniforme e articulada, entre a Polícia Civil do DF, o Ministério Público e a Polícia Civil de Goiás”, afirma ao delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do DF (Deco), Henry Lopes.

Carlinhos Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro do ano passado e passou quase nove meses preso, a maior parte do tempo no complexo Penitenciário da Papuda, no DF. Foi libertado em 21 de novembro, beneficiado por um alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Ele voltou a ser preso no dia 7 de dezembro, em Goiânia, após ter sido condenado a 39 anos de prisão por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha. Em dezembro, conseguiu liberdade provisória por meio de habeas corpus concedido pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

O contraventor foi intimado a depor nesta quarta-feira (17) no inquérito que investiga suposta relação entre ele e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A determinação partiu do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.