Foro de São Paulo: Solidariedade política na AL é fundamental

O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo reúne-se nesta segunda-feira (29) no Palácio de Convenções de Havana, capital de Cuba, com a representação de cerca de 40 organizações políticas e sociais do continente. Uma centena de delegados de 20 nações assistem à reunião em Havana, que deve aprovar o documento base do 19º encontro anual do Foro, a efetuar-se de 31 de julho a 4 de agosto em São Paulo, Brasil. 

Valter Pomar, Foro de São Paulo - Cuba Debate

O Partido Comunista de Cuba (PCC), fundador e membro do Grupo de Trabalho, proporá aos participantes discutir o documento “Necessidade de unidade da esquerda na América Latina e Caribe”.

Os delegados receberão informação sobre o processo de atualização do modelo socialista cubano, em particular a implementação dos acordos do Sexto Congresso do PCC a respeito.

Segundo os organizadores do evento, serão objeto de debate a crise estrutural do sistema capitalista e um plano de solidariedade com o processo bolivariano da Venezuela.

Antes da reunião, José Ramón Balaguer, membro do Secretariado e chefe do Departamento de Relações Internacionais do PCC recebeu a Valter Pomar, secretário executivo do Foro e membro da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que impulsiona junto a outros partidos o agrupamento da esquerda progressista do continente, entre eles o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), também presente no encontro, em Havana.

Para Pomar, em entrevista ao portal Cuba Debate, os desafios do Foro centram-se no aprofundamento “dos processos de mudança para ter mais democracia, mais bem-estar social, mais soberania nacional, mais integração regional e para construir vias estratégicas de desenvolvimento com o sentido que a esquerda em cada país queira dar”, em primeiro nível.

O secretário executivo acredita ser importante “ter governos de esquerda como alavanca para acelerar os processos de integração”, e fazer a articulação necessária levando em consideração que os integrantes do Foro não são “apenas governos, mas partidos e movimentos sociais dentro de cada país, e oposição em outros, o que estabelece uma dialética complexa em que os governos têm que manter as relações diplomáticas normais e produtivas com outros governos de orientação política distinta no âmbito da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e da Unasul [União de Nações do Sul]”.

É preciso garantir a solidariedade política entre a esquerda progressista do continente, de acordo com Pomar, como no caso da revolução bolivariana. O apoio ao processo na Venezuela garantiu a eleição do presidente Nicolás Maduro, ao contrário do que ocorreu no Paraguai, em que a esquerda não venceu as eleições de 21 de abril.

“Eu entendo que esses são os atributos fundamentais: a solidariedade política e a solidariedade econômica e social. Estamos atuando em um cenário em que a direita internacional e nacional está muito agressiva e desafiadora”, completou Pomar.

Com agências,
da redação do Vermelho