Mário Augusto Jakobskind: ‘Em Brasília, 19 horas…’

O horário das 19h às 20h no rádio, historicamente ocupado pela Voz do Brasil, é muito cobiçado pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert). Agora, a entidade encontrou aliados no Palácio do Planalto.

Por Mário Augusto Jakobskind*, para o Correio do Brasil

A senadora Ana Rita (PT-ES), relatora de projeto em tramitação que torna a Voz do Brasil Patrimônio Cultural Imaterial, em função da importância desse espaço jornalístico para a informação de amplas parcelas do povo, sobretudo em rincões do interior, deu parecer contrário.

Informações fidedignas assinalam que, pressionada, a senadora admitiu que não só não conhecia em detalhes o projeto como recebeu a orientação do Palácio do Planalto para o veto. Depois de muita conversa, Ana Rita tirou o mesmo de pauta. Não quis mudar de opinião para não se atritar com o Palácio do Planalto.

Agora, o senador Roberto Requião pediu visto e vai apresentar em breve um substitutivo para aperfeiçoá-lo. O tema é sério e não está sendo acompanhado devidamente pela opinião pública porque paira total silêncio.

A história dos trâmites que visam a flexibilizar o horário da Voz do Brasil e que na prática resultarão no fim do programa, iniciado em 1935, tem várias fases. Em 2006 foi apresentado projeto no sentido de levá-lo à televisão. A grita dos proprietários da concessão das emissoras foi grande. O projeto saiu de pauta, e apareceu outro, flexibilizando o horário.

Depois de marchas e contramarchas, a Abert não conseguiu emplacar o seu projeto, que segue em pauta no Congresso, e o espera para a votação final. A oportunidade agora de pôr um ponto final no tema flexibilização é o contraponto tornando a Voz do Brasil Patrimônio Cultural Imaterial. O tema é de interesse do chamado baixo clero do Congresso, que tem como um dos poucos espaços para informar às suas bases o que fazem no Congresso, exatamente o espaço da Voz do Brasil.

Mário Augusto Jakobskind é jornalista.