MST promove campanha por democratização da mídia
A luta dos trabalhadores do campo pela Reforma Agrária e por justiça social, reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), são criminalizadas diariamente pela mídia. Para lutar contra os desmandos da imprensa brasileira, o MST promoveu apresentação, debate e coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de iniciativa popular pela democratização da mídia.
Publicado 06/05/2013 13:32
Milhares de trabalhadores rurais participaram do evento de lançamento do Projeto de Lei da Mídia Democrática no Dia do Trabalhador, organizado pela campanha “Para Expressar a Liberdade”, no Acampamento Permanente Hugo Chavez, do MST, em Brasília.
No debate, que teve plenária cheia, os sem-terra denunciaram os interesses econômicos e políticos que inviabilizam o acesso aos trabalhadores dos meios de comunicação, inclusive as rádios comunitárias locais.
“Se é radio comunitária, tem que ser para nós. A rádio comunitária da minha região é dos usineiros”, disse Batatinha, militante do MST em Sergipe.
Os Sem Terra avaliam que a luta na área da comunicação é injusta, pois as televisões e rádios, locais e nacionais, criminalizam os protestos dos movimentos pelo acesso à terra. Com matérias negativas sobre as ocupações, “colocam a comunidade contra as ocupações”, como disse um dos trabalhadores Sem Terra.
Geraldo Gasparin, integrante da coordenação do acampamento Hugo Chavez, ressaltou as limitações impostas à sociedade no debate sobre seus direitos: “A cerca da comunicação tem impedido a própria sociedade de se expressar livremente nos seus direitos, na sua visão política, na sua ideologia”.
“Infelizmente, a posição do governo, através do Ministério das Comunicações, que não tem se posicionado e acolhido o debate da sociedade civil pelo Marco Regulatório das Comunicações, obriga a sociedade se posicionar. O acampamento é parte dessa luta”, completou.
O projeto de lei, iniciativa da sociedade civil regulamenta os artigos da Constituição que tratam de rádios e televisões. Nele, há a destinação de um terço dos canais para rádio e televisões públicas (sendo 15% desses para canais comunitários), além da garantia da produção de conteúdos locais e regionais.
A proposta também prevê a criação de um Fundo Nacional de Comunicação Pública para o apoio dos canais públicos e comunitários, além da definição de regras para impedir a formação de monopólio nos meios de comunicação.
Com Página do MST
(foto: divulgação MST)