MST promove campanha por democratização da mídia

A luta dos trabalhadores do campo pela Reforma Agrária e por justiça social, reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), são criminalizadas diariamente pela mídia. Para lutar contra os desmandos da imprensa brasileira, o MST promoveu apresentação, debate e coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de iniciativa popular pela democratização da mídia.

Milhares de trabalhadores rurais participaram do evento de lançamento do Projeto de Lei da Mídia Democrática no Dia do Trabalhador, organizado pela campanha “Para Expressar a Liberdade”, no Acampamento Permanente Hugo Chavez, do MST, em Brasília.

No debate, que teve plenária cheia, os sem-terra denunciaram os interesses econômicos e políticos que inviabilizam o acesso aos trabalhadores dos meios de comunicação, inclusive as rádios comunitárias locais.

“Se é radio comunitária, tem que ser para nós. A rádio comunitária da minha região é dos usineiros”, disse Batatinha, militante do MST em Sergipe.

Os Sem Terra avaliam que a luta na área da comunicação é injusta, pois as televisões e rádios, locais e nacionais, criminalizam os protestos dos movimentos pelo acesso à terra. Com matérias negativas sobre as ocupações, “colocam a comunidade contra as ocupações”, como disse um dos trabalhadores Sem Terra.

Geraldo Gasparin, integrante da coordenação do acampamento Hugo Chavez, ressaltou as limitações impostas à sociedade no debate sobre seus direitos: “A cerca da comunicação tem impedido a própria sociedade de se expressar livremente nos seus direitos, na sua visão política, na sua ideologia”.

“Infelizmente, a posição do governo, através do Ministério das Comunicações, que não tem se posicionado e acolhido o debate da sociedade civil pelo Marco Regulatório das Comunicações, obriga a sociedade se posicionar. O acampamento é parte dessa luta”, completou.

O projeto de lei, iniciativa da sociedade civil regulamenta os artigos da Constituição que tratam de rádios e televisões. Nele, há a destinação de um terço dos canais para rádio e televisões públicas (sendo 15% desses para canais comunitários), além da garantia da produção de conteúdos locais e regionais.

A proposta também prevê a criação de um Fundo Nacional de Comunicação Pública para o apoio dos canais públicos e comunitários, além da definição de regras para impedir a formação de monopólio nos meios de comunicação.

Com Página do MST

(foto: divulgação MST)