Defesa Nacional: Brasil no Rumo Certo

A 9ª edição da LAAD – Feira Latino-Americana de Produtos de Defesa, realizada no Rio de Janeiro de 9 a 13 de abril, comprova que o Brasil está no rumo certo. Esta foi, sem dúvida, a mais expressiva das nove edições da LAAD. Pelo Riocentro passaram 15 ministros de Defesa, entre eles, os da Argentina, África do Sul, Angola, Bélgica, Chile e Reino Unido. Foram credenciadas 128 delegações de 61 países.

Por Perpétua Almeida*

Durante cinco dias, cerca de 30 mil pessoas visitaram os 694 estandes de empresas de 40 países, entre eles, europeus, árabes, africanos e asiáticos, além de todos os países das Américas. Das 663 empresas, 195 eram brasileiras e 75 empresas nacionais a mais que na edição anterior da LAAD. Esse crescimento da representação brasileira no setor reflete o fortalecimento da cadeia produtiva na área de Defesa e Segurança Nacional, hoje umbilicalmente ligada ao setor de pesquisa, ciência e tecnologia, conforme exigência da presidenta Dilma.

Confirma também o bom momento do Brasil no exterior e as expectativas em torno dos projetos estratégicos de Defesa, vários deles já iniciados e respaldados pelo governo federal por meio do ministério da Defesa que fez da Estratégia Nacional de Defesa, uma diretriz que insere definitivamente o tema na agenda do desenvolvimento nacional, onde a Segurança Nacional e nossas fronteiras são pontos de destaque.

Durante a feira os países membros da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) deram o passo fundamental para a construção de uma identidade regional de Defesa com a assinatura do acordo que permitirá a construção do primeiro protótipo do avião básico de treinamento de pilotos das forças aéreas dos países que integram o bloco.

Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Argentina, Arturo Puricelli, na presença de representantes do Chile, Colômbia, Equador, Uruguai e Venezuela, firmaram o documento que, acima de tudo, eleva o setor Defesa à categoria de protagonista do desenvolvimento econômico e comercial na nossa região. Esse projeto aprofunda a integração regional na área de Defesa contribuindo também para a geração de confiança mútua e a redução da dependência sul-americana dos países tradicionais.

Na esteira das boas notícias, temos a Lei de Produtos de Defesa (12.598/2012), regulamentada em março pela presidenta Dilma, entusiasta do tripé- Defesa, Ciência e Tecnologia com geração de emprego, que também contribuirá para o desenvolvimento industrial brasileiro na medida em que apoia de forma concreta as empresas nacionais que investirem em tecnologia e produtos brasileiros na área de Defesa.
Para dar minha contribuição ao tema, lancei durante LAAD, o livro “ Estratégias de Defesa Nacional”, produto do seminário que realizei como presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Nele consta a minha fala de abertura do evento e a aula magna proferida pelo ministro da Defesa Celso Amorim.

No entanto, estou ciente que resta-nos um desafio: buscar o financiamento permanente para os projetos estratégicos das Forças Armadas. E esta é a missão maior que abraçamos quando propomos a criação e funcionamento da Subcomissão que coordeno.

Durante todo o ano, iremos visitar as instalações militares das três Forças Armadas, conhecer em detalhes os seus projetos e, por meio de eventos com especialistas civis e militares, iremos encontrar uma fonte viável que permita ao país dispor de Forças Armadas equipadas, modernas e ágeis, num Brasil soberano.

E, mais que isso, que assegure ao país o conhecimento necessário para que a sua indústria esteja sempre um passo à frente das demais, fortalecendo a nossa soberania e consolidando o Brasil como um global player de respeito na cena internacional.

*Deputada federal pelo PCdoB do Acre e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados