Publicado 08/05/2013 10:22 | Editado 04/03/2020 16:47

A região, que abriga o cerrado maranhense, produz commodities agrícolas como soja, milho e algodão. Somente em 2012, a média da colheita foi de 50 sacas por hectare. Mesmo assim, falta assistência por parte do poder estadual. A precariedade em infraestrutura dificulta o deslocamento e venda da produção, aumentando os custos para o produtor. Por consequência, o setor agrícola do estado enfrenta entraves no desenvolvimento e na geração de emprego e renda.
A Associação dos Produtores da Serra do Penitente, formada por dez produtores locais, juntamente com os Produtores Rurais de Balsas e Produtores da Ilha de Balsas, investem anualmente entre R$ 500 mil e R$ 700 mil na recuperação de pontes, cascalhamentos e estradas num trecho de aproximadamente 107 quilômetros próximos a Balsas.
Paulo Roberto Freire, produtor e membro da Associação dos Produtores da Serra do Penitente, relatou: “Nós somos um polo agrícola, geramos renda e emprego, temos um setor de comércio atuante. Mas precisamos do apoio do governo do Estado na infraestrutura”, e continuou, “é um absurdo termos que investir, no mínimo, em torno de R$500 mil por ano nas estradas para garantir o escoamento da nossa produção”.
Flávio Dino lembrou que a cidade de Balsas atende a 16 municípios circunvizinhos, sendo inaceitável que esteja em situação tão precária em condições básicas de saúde, educação, infraestrutura e segurança.
“O Maranhão está congelado com relações políticas que não evoluem, marcadas pelo coronelismo, pelo patrimonialismo, pela ideia de que a tarefa do governo é ganhar eleição. É por isso que Balsas vive esse cenário e ainda assim escuta o mesmo discurso quando se aproximam as disputas eleitorais”, declara Flávio Dino.
O deputado estadual Carlinhos Amorim (PDT), também presente na reunião, concordou que as reivindicações dos empresários são justas “a região contribui muito com o desenvolvimento do nosso estado e não há um retorno proporcional do governo do estado para com esta região”.
O deputado também lembrou a importância do encontro em busca de soluções para os problemas da região. “Aqui está reunida toda a classe produtiva desta cidade que pensa, que emprega, que produz, é muito importante que todos estejam sintonizados com a possibilidade de ver dias melhores para povo maranhense”, completou o deputado.
Manoel Santos, presidente da Câmara de lojista (CDL) de Balsas também denunciou a situação precária que vive o comércio da região. “Com falta de infraestrutura não são apenas os agricultores que saem prejudicados. O comércio da região também sofre para ser abastecido. Falta segurança. Falta incentivo”.
O SindiBalsas também se pronunciou. O primeiro secretário do sindicato, Luiz Carlos Schwingel, reforçou todos os posicionamentos anteriores, acrescentando que “quando a governadora assumiu a gestão estadual o sindicato entregou uma correspondência relatando os principais problemas da região, mas até hoje espera-se uma resposta eficiente”.
O secretário disse ainda que falta assistência técnica para os pequenos produtores da região. “Falta assistência, infraestrutura, além dos problemas que temos com a armazenagem e logística. O anel da soja é uma reivindicação antiga, mas o governo do estado só começou a divulgação da obra agora, às vésperas da eleição, por que será?”, questionou Luiz Carlos Schwingel.
Sobre isso, Flávio Dino lembrou que aplicar bem os impostos; garantir a infraestrutura necessária para que a produção aumente; possibilitar assistência técnica para os pequenos produtores é papel do poder público.
“É impensável que em nosso estado as associações precisem se reunir para custear os investimentos nas estradas. O governo do estado tem um orçamento anual de R$ 13 bilhões e ainda contraiu junto ao BNDES um empréstimo de R$ 4,8 bilhões. Mesmo assim, os recursos não chegam para atender as demandas locais”, advertiu Flávio Dino.
Fonte: Diálogos pelo Maranhão