Militantes ocupam ministério contra venda de blocos de petróleo

Cerca de 600 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), além de quilombolas e trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) ocupam o Ministério de Minas e Energia (MME), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, desde às 5h30 desta segunda-feira (13).


protestam contra os leilões para exploração de petróleo e privatização de barragens / foto: Antonio Cruz – Agência Brasil

O número de ocupantes foi divulgado pelos movimentos sociais. Já a polícia estima 150 ocupantes. Eles protestam contra os leilões para exploração de petróleo e privatização de barragens. O grupo ocupa a entrada e o estacionamento do edifício. Os servidores estão impedidos de entrar no prédio.

O Ministério de Minas e Energia não se manifestou sobre o assunto. A Polícia Militar está no local e acompanha a movimentação. De acordo com os movimentos sociais, eles devem permanecer no local até o cancelamento do leilão. Eles também têm uma carta que foi formulada pelo conjunto dos movimentos a ser entregue à presidenta Dilma Rousseff.

O secretário de Comunicação da FUP, Francisco José de Oliveira, explicou que a ação faz parte de um conjunto de protestos contra a 11ª rodada de licitação de 289 blocos para a exploração de petróleo e gás natural, prevista para ocorrer na terça (14) e quarta-feira (15) e também contra a privatização de diversas barragens cujas concessões vencem até 2015.

“Esse é um recado para o governo sobre o risco que o Brasil corre, quando autoriza o leilão a empresas que não têm interesse em investir no país. A forma como os leilões estão sendo feitos não está correta”, disse. Ao todo, 64 empresas foram consideradas habilitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para participar da disputa.

Segundo o representante do movimento, outras ações de repúdio ocorrem no Rio de Janeiro, em São Paulo e Minas Gerais. Em Brasília, os manifestantes montaram acampamento com diversas barracas de lona e hastearam bandeira do movimento na marquise no prédio. Eles disseram que só vão desocupar o local, após audiência com o ministro da pasta, Edison Lobão.

Divanilton Pereira, da FUP e da executiva nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), lembra que o modelo pelo qual será feita a 11º rodada de leilões, é o que concede à empresa exploradora a posse do petróleo encontrado. "Nos blocos que serão leiloados no Espírito Santo, por exemplo, há áreas similares geologicamente ao pré-sal, o que, na nossa visão, não pode ser entregue para exploração da mesma forma, se tornando propriedade das empresas", declarou ao Vermelho Divanilton Pereira.

"O governo como não tem capacidade própria de investimento, termina colocando a riqueza do país em risco. Tenta-se ganhar eficiência, mas fragilizando a soberania nacional. E isso não somente no petróleo, mas em outras áreas. E qual o motivo da falta de capacidade? Por que não se livrou do acordo que o governo FHC fez com a elite em proteger o rentismo, esse modelo de privilegiar o setor financeiro", lembrou Divanilton.

Da redação do Vermelho com informações da Agência Brasil