Protestos marcarão 100 dias de greve de fome em Guantânamo
A organização estadunidense Testemunha Contra a Tortura (Witness Against Torture, em inglês) convoca nesta terça-feira (14) três dias de protestos, pelos 100 dias de greve de fome mantida por 130 prisioneiros na prisão ilegal de Guantânamo, estabelecida pelos EUA na base militar que estabeleceram em um território ocupado em Cuba. O grupo, defensor dos direitos humanos, realizará ações pacíficas em várias cidades estadunidenses de 17 a 19 de maio.
Publicado 14/05/2013 09:51

As ações têm como objetivo mostrar apoio aos presos, que estão sem comer desde fevereiro, em repúdio ao confinamento indefinido, as revistas aos seus pertences e a confiscação de cópias do Corão, o livro sagrado do Islã.
O programa começará com uma concentração, nesta sexta-feira (17), em Nova York, onde pedirão o fim das torturas e das “medidas disciplinares” severas aplicadas aos 166 reclusos.
No mesmo dia será realizada uma marcha desde a Praça Federal de Chicago, e os participantes usarão uniformes laranjas com capuzes negros, lerão poemas para os detidos de Guantânamo e colocarão suas fotografias no monumento conhecido como a Chama Eterna.
Os participantes em todas as atividades estão chamados a permanecer em jejum durante o fim de semana em solidariedade com os grevistas, e a realizar ligações às autoridades federais para exigir o fechamento do centro penitenciário, completamente ilegal sob o direito internacional.
Entre outras iniciativas, circularão também várias petições e mensagens eletrônicas com comentários na rede social (no Twitter, com as etiquetas @BarackObama e @WhiteHouse Keep your promise to #closegitmo, ou “Casa Branca, realize a sua promessa de fechar Guantânamo”).
A rede ciberativista Anonymous também marcará os 100 dias da greve de fome, com protestos massivos na Internet de 17 a 19 de maio.
Os EUA abriram a prisão na base militar de Guantânamo em 2002, contra a vontade do governo e do povo cubano, para confinar todos os considerados “suspeitos” de terrorismo.
A prisão é considerada um moderno campo de concentração onde a população carcerária sofre brutais modalidades de tortura, como o isolamento em celas com temperaturas extremas, ou são amarrados em posição fetal por mais de 24 horas, sem alimentos, entre outras formas.
Em 2007, o presidente Barack Obama havia prometido, durante as eleições presidenciais, o fechamento da prisão, mas uma série de manobras políticas e legais impedem que o projeto seja levado adiante, segundo Obama. Entretanto, ativistas afirmam que um ato executivo do presidente poderia ser aplicado para determinar o fim deste que é considerado “um buraco negro” em relação aos direitos humanos.
Com Prensa Latina