Irã apoia iniciativa da Rússia e dos EUA sobre crise na Síria
A República Islâmica do Irã apoia a recente proposta da Rússia e dos EUA para a realização de uma conferência internacional sobre a crise na Síria, de acordo com o chanceler iraniano Ali Akbar Salehi, em entrevista à revista alemã Spiegel, publicada nesta segunda-feira (13). O ministro retomou a relevância do Comunicado de Genebra, documento aprovado em 2012 pelo Conselho de Segurança da ONU que segue a mesma linha da proposta.
Publicado 13/05/2013 09:13
Na terça-feira (7), o secretário de Estado dos EUA John Kerry e seu homólogo Serguei Lavrov destacaram, em um encontro em Moscou, a necessidade de encontrar uma solução pacífica à crise em que a Síria está imersa. Durante o encontro, as duas partes concordaram em celebrar, no final de maio, uma conferência sobre a Síria, baseada no desenvolvimento do Comunicado de Genebra.
O documento foi elaborado no encontro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e de alguns países vizinhos com a Síria, que decorreu em 30 de junho em Genebra.
O comunicado propõe, em particular, a formação de um governo sírio provisório, com a participação de todas as partes envolvidas no conflito e a introdução de emendas na Constituição, através do diálogo nacional, como já proposto diversas vezes pelo governo de Assad.
O chefe da diplomacia persa disse que o Irã ainda não recebeu um convite para a conferência proposta na semana passada. Ainda assim, Salehi disse que quando as autoridades iranianas forem comunicadas, certamente assistirão à reunião.
Nesta mesma linha, Salehi ressaltou que o Irã é um dos países mais importantes na região e poderia facilitar o desenvolvimento das negociações entre o governo sírio e os opositores.
Não obstante, para a República Islâmica, afirma o ministro, “é essencial que não se planteie a pré-condição dos insurgentes sírios, de que o governo legítimo do presidente Bashar al-Assad se demita”.
Salehi disse também que a única solução para colocar fim ao conflito na Síria é um diálogo nacional pacífico, proposta que o governo de Assad vem fazendo reiteradas vezes e cujos esforços já iniciou, com o grupo de oposição que participa do governo.
Em alusão às relações bilaterais entre o Irã e o Egito, Salehi explicou que Teerã colabora diretamente com o Cairo no assunto sírio, pois ambos os países concordam em três princípios: a ingerência estrangeira na crise interna do país árabe é uma profunda linha vermelha; é importante garantir a independência e união dos territórios sírios; é necessária a formação de um governo de transição que inclua o atual governo e os grupos opositores.
Finalmente, Salehi condena o uso de armas químicas por parte dos grupos armados que qualifica de terroristas na Síria, e confirma que a República Islâmica reprova qualquer ato violento contra o povo e o governo sírios.
Com agências,
da redação do Vermelho