Agressão viola Direito Internacional, diz parlamentar sírio

A agressão financiada por governos do Ocidente e da região contra a Síria é hoje um exemplo de violação do Direito Internacional e da soberania das nações, denunciou o presidente da Assembleia do Povo (Parlamento), Muhamad Yihad al-Laham.

"É por isso que apostamos na ajuda de países amigos da América Latina, da Rússia, da China, do Irã e de alguns governos árabes que não se somaram aos ataques, com o objetivo de quebrar esse complô internacional", assinalou o parlamentar em entrevista à Prensa Latina.

Al-Laham lamentou que em muitos parlamentos ainda exista uma imagem opaca e distorcida sobre a realidade nesse país árabe, mas assegurou que graças a visitas e encontros com legisladores de outras latitudes a verdade vai abrindo caminho e o apoio à causa da Síria aumentará.

"Estamos avaliando a proposta de convocar em Damasco uma conferência internacional de parlamentares para pedir apoio de seus parlamentos, a fim de exercer pressão para concretizar negociações pacíficas", anunciou.

De acordo com o chefe do Legislativo sírio, existe uma poderosa campanha de desinformação a respeito da situação na Síria, o que levou inclusive ao bloqueio dos canais por satélite na Europa e em parte do Oriente Médio para evitar que se conheça um ponto de vista distinto ao dos grandes meios de comunicação sobre o conflito.

O Ocidente crê estar informado acompanhando apenas os noticiários dos canais Al-Jazira (Catar) e Al-Arabiya (Arábia Saudita), que são comprovadamente hostis ao governo sírio e têm tergiversado ou falseado informação, sublinhou.

"Muitos meios de comunicação vendem a imagem da existência de uma ditadura em nosso país, mas temos uma Carta Magna que é uma das mais avançadas na região pelos importantes direitos humanos e liberdades políticas e civis que garante", enfatizou.

O dirigente se referiu à lei de partidos que promove uma ampla diversidade e representatividade política e a manutenção de um sistema republicano, ao tempo em que significou a presença no gabinete de governo de dois ministros pertencentes à oposição.

No Parlamento, segundo seu presidente, existem representantes de 15 dos 18 partidos políticos agrupados na corrente aliada ao partido dirigente Al-Baaz, além de opositores e independentes.

"O povo sírio tem o direito de escolher seu governante, o qual, deve insistir-se, foi referendado de forma legítima em 2007 por 97% da população", disse.

Al-Laham analisou que embora as autoridades tenham convocado um diálogo amplo com todas as forças políticas e sociais para resolver o conflito de forma pacífica, o chamado recebeu uma negativa por parte da oposição armada.

O presidente do parlamento desmentiu também que a Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria, criada em novembro do ano passado em Doha, seja um representante legítimo do povo.

"Essa organização não foi eleita por nenhum cidadão em votações abertas e democráticas, mas por atores externos e muitos de seus membros residem há muitos anos fora do país", ressaltou.

Segundo Al-Laham, a Síria é hoje o último bastião do laicismo regional e exemplo de convivência pacífica entre as distintas confissões religiosas, ambiente que se pretende eliminar alentando o terrorismo e a destruição da infraestrutura para provocar a ruptura de um Estado.

Ele criticou a inação do Conselho de Segurança para condenar os atos terroristas nesta nação do Oriente Médio, enquanto pisoteia sua própria resolução 1373 sobre a luta antiterrorista a nível global.

"Em Damasco foram colocados mais de 160 carros-bomba nestes dois anos, sem que até o momento se tenha produzido uma condenação explícita do Conselho de Segurança", exemplificou.

"Além disso, chama a atenção que a França, um dos membros do Conselho de Segurança, alega lutar contra o terrorismo no Mali, mas apoia o terrorismo na Síria ao dar ajuda aos bandos que perpetram crimes contra a população civil", afirmou.

Prensa Latina