A assistência social e a emancipação da mulher

Há pouco mais de 30 anos, no Brasil, o Serviço Social assumiu a defesa de um projeto societário que tem como princípios a justiça social, a liberdade, a autonomia, o aprofundamento da democracia e o combate a todo tipo de opressão e discriminação, seja por gênero, classe, raça ou etnia e orientação sexual.

Por Olgamir Amancia Ferreira*

Esse fato abriu uma gama de possibilidade de atuação para essa profissão, inclusive no combate à violência contra a mulher. Por ser um problema social, grave, complexo e perverso, essa intervenção exige do profissional uma orientação ética que eleja a democracia, a defesa das minorias, a luta por uma igualdade na orientação dos sexos, o respeito pelas mulheres, além da explicitação da questão de gênero.

No cotidiano das atividades da Secretaria de Estado da mulher do Distrito Federal, é notável a importância do trabalho das assistentes sociais em questões de gênero, no auxílio às vítimas de abuso sexual, violência contra a mulher, assédio e discriminação.

A assistência social é uma profissão interventiva que busca diminuir as disparidades sociais, atuando, através de pesquisas e análises da realidade, na formulação, execução e avaliação dos serviços, programas e políticas sociais que buscam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e justiça social. É um trabalho que visa garantir os direitos e assistência para a população desamparada, fazendo isso por meio de políticas sociais, de forma organizada e planejada.

De acordo com o Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, o Brasil é o segundo país no mundo em quantitativo de assistentes sociais, com aproximadamente 120 mil profissionais com registro nos 25 Conselhos Regionais de Serviço Social e Seccionais de Base Estadual, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa Assistentes Sociais no Brasil, realizada em 2005 pelo CFESS, a profissão é composta majoritariamente por mulheres, com cerca de 90%.

São muitos os desafios que estas profissionais enfrentam. Os serviços prestados por elas no Distrito Federal, tanto nas áreas da saúde, da segurança pública e da assistência social atendem às mulheres de forma integral e articulada. A Casa Abrigo, o Centro de Referência em Atendimento à Mulher, os Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica realizaram mais de 20 mil atendimentos somente no ano passado.

O Serviço Social atua no combate à violência doméstica inserido nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência. No âmbito do combate à violência contra a mulher, esta atividade age no sentido de orientá-las quanto aos direitos e, no caso do Distrito Federal, situando-as sobre os equipamentos que elas têm à disposição.

Por tudo o que fazem e representam, parabenizo todas e todos os profissionais da Assistência Social. O trabalho de vocês é um ato de cidadania.

*Secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal.