União Africana ressalta avanços e desafios em comemoração

O continente africano tem registrado progressos significativos nos últimos 50 anos, substancialmente em crescimento econômico, consolidação da paz e melhoramento da democracia, afirmaram autoridades africanas nesta segunda-feira (20), em Addis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana (UA).

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Na segunda e última jornada da 26ª sessão ordinária de embaixadores, antes da 21ª Cimeira da UA, que terá lugar nesta capital, os oficiais continuaram o exame de uma agenda que tem como marco referencial o informe sobre o estado da organização e do continente.

Delegados dos 54 Estados membros fizeram um balanço positivo do meio século de existência do ente fundado em maio de 1963, como a Organização da Unidade Africana (OUA), e chamaram a redobrar esforços para encarar com êxito os desafios do futuro imediato.

Em seu discurso ante o plenário do Comitê de Representantes Permanentes, a presidenta da Comissão da UA, a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma, defendeu a aceitação e o entendimento geral da ascensão da África nas últimas cinco décadas em várias áreas.

Zuma valorou de estimulantes o crescimento econômico, o investimento público, a infraestrutura e a integração regional no chamado continente negro, assim como o melhoramento da governabilidade e a democracia, a paz, a estabilidade e alguns indicadores de desenvolvimento humano.

Igualmente, sublinhou o mérito dos fundadores da OUA, que "tiveram que construir novos estados independentes e desenvolver uma visão e planos para a integração continental".

Tudo isso, os diplomatas concordaram com Zuma, foi logrado a partir de uma realidade de fragmentação e de destruição causada por séculos de colonização, cujas consequências ainda se apreciam a maioria das nações africanas, embora haja a referida prosperidade.

A reunião preparatória da cimeira de chefes de Estado e de Governo dará passo a partir de quarta-feira (22) ao segmento de ministros de Relaciones Exteriores e ao grande jubileu pelo 50º aniversário da fundação da OUA.

No informe sobre o estado da UA a presidenta da comissão elogiou, por outro lado, o fato de a arquitetura ampla de paz e segurança na África ter estimulado sobremaneira a habilidade regional para manejar sobre o terreno conflitos e situações de crise.

Ademais, isso contribuiu para encontrar "soluções africanas aos nossos problemas", e entre os múltiplos exemplos destacou as recentes eleições no Quênia, acordos na Somália, e as negociações entre o Sudão e o Sudão do Sul.

A presidenta do Comitê de Representantes Permanentes e embaixadora etíope ante a UA, Konjit Sinegiorgis, considerou que as atuais e futuras gerações de africanos estão cada vez melhor preparadas para encarar muitos desafios.

De igual modo, adicionou, poderão "trabalhar duro para materializar o sonho dos pais fundadores por uma África unida, pacífica e próspera", condizente com o lema à entrada da sede da organização continental em Addis Abeba: "nosso destino comum, nossa responsabilidade coletiva".

Sinegiorgis ressaltou que todos os africanos são conscientes de que as últimas cinco décadas "foram complexos com muitos desafios, mas, apesar de tudo, estamos muito orgulhosos dos nossos logros".

"No passado meio século, muitos países de África estavam todavia sob o jugo do colonialismo e do apartheid, e hoje é gratificante destacar que o continente foi liberado de todas as formas de dominação”, agregou.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho