Diretora do FMI listada como testemunha em caso de corrupção

A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, foi apontada como testemunha em um processo de um suposto ato de corrupção cometido enquanto ela era ministra de Economia e Finanças da França.

Durante dois dias a servidora explicou aos magistrados da Corte de Justiça da República seu papel no pagamento de uma multimilionária indenização ao empresário Bernard Tapie, amigo próximo do ex-presidente Nicolás Sarkozy (2007-2012).

Em 2007 Lagarde encarregou uma comissão de arbitragem privada de resolver um antigo litígio entre Tapie e o banco estatal Crédit Lyonnais.

Depois de um ano de discussões, essa comissão decidiu que a entidade pública deveria pagar ao empresário um montante de 403 milhões de euros, uma decisão qualificada como inadequada e desproporcional.

Um grupo de deputados socialistas interpôs uma apelação por considerar que o caso foi manipulado e que o governo de Sarkozy tinha influído a favor de Tapie contra os interesses do Estado.

Os reclamantes acusaram Lagarde de usar sua posição para impedir que o pedido fosse recusado e acrescentaram que Tapie nunca teria ganhado o processo caso esse tivesse tramitado em um tribunal ordinário.

Apesar do extenso depoimento da diretora do FMI, os juízes não a exoneraram de sua responsabilidade e a deixaram na qualidade de testemunha assistida, um passo inferior ao de acusada na legislação francesa.

Depois de seu depoimento nesta sexta-feira (24) a alta servidora assegurou que sempre atuou em benefício do país e disse não estar surpreendida pela decisão da corte.

Acrescentou que viajará imediatamente para Washington para continuar seus trabalhos à frente do Fundo Monetário Internacional.

O caso deixa em uma posição incômoda a instituição multilateral de crédito, cujo diretor anterior, o também francês Dominique Strauss-Khan, teve que renunciar em 2011 após um escândalo sexual.

Fonte: Prensa Latina