Em dia da libertação, libaneses alertam para ameaças de Israel

O desastre da ocupação palestina (1948) não se transformou em desastre e miséria somente para a Palestina, mas atingiu também todos os árabes, assinalou neste sábado Seyed Hasan Nasralá, secretário geral do Movimento de Resistência Islâmica do Líbano, Hezbolá.

Por ocasião do aniversário da libertação do sul do Líbano da ocupação israelense, em 25 de maio de 2000, ción israelí, Nasralá declarou na rede de televisão libanesa Al-Mayadeen que o mundo do Islã há de cumprir seu dever histórico em sua luta contra o sionismo adotando medidas sérias e práticas a favor da nação palestina.

O dia 25 de maio de 2000 é um ponto de inflexão na história da guerra do Líbano e o regime de Tel Aviv, este regime ocupante foi obrigado a se retirar incondicionalmente do país árabe e a resistência libanesa libertou a maior parte dos territórios do sul do Líbano, sob ocupação israelense.

Quanto às ameaças israelenses contra o Líbano, Nasralá enfatizou que as autoridades sionistas pretendem violar o território libanês e se preparam para novas ações aventureiras na região, aumentando suas forças e equipamentos militares na fronteira.

Os libaneses devem estar de olhos abertos, mais do que antes, frente aos inimigos e a resistência dará, junto com o Exército, uma resposta contundente a qualquer agressão estrangeira e fará com que os violadores se lamentem por sua ação.

Em outra parte de suas declarações, Nasralá se referiu às últimas incursões israelenses contra a Síria acrescentando que o regime israelense está preocupado com o poderio da resistência na região e se esforça para debilitar a Síria. Por outro lado, ameaçando este país com a intervenção militar, na realidade desperta a resistência, que na sua opinião é mais poderosa do que antes, capaz de criar diversas frentes na luta contra o regime de Israel e de assestar-lhe golpes mortíferos.

O secretário geral do Hezbolá assegurou que a resistência está ao lado do governo popular sírio e não permitirá que o regime israelense pratique novas ações aventureiras na região.

Por último, referindo-se às conspirações dos Estados Unidos e do regime israelense contra os Estados nacionais da região, entre eles o Líbano e a Síria, insiste em que tratam de eliminar a resistência e desintegrar estes dois países para depois materializar seus planos nefastos e dominar toda a região. Contudo, diz Nasralá, a vigilância dos povos e dos governos poderá neutralizar as conspirações dos expansionistas para sempre.

Comemoração no Brasil

O 25 de maio foi comemorado com um ato solene na Mesquita do Brás, em São Paulo. Organizada pela Associação Beneficente Islâmica do Brasil (Abid), a atividade contou com a presença do Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Kabalan Frangieh, o Cônsul Geral da Síria, Ghassan Obeid, o vereador Adilson Amadeu (PTB), o secretário nacional de Comunicação do PCdoB e editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho, o presidente da Fearab-SP, Eduardo Elias, entre outras lideranças brasileiras e da comunidade árabe em São Paulo.

O dia 25 de maio será sempre lembrado pelo povo libanês como o dia da libertação, quando a resistência popular e nacional derrotou o arrogante exército de ocupação do regime israelense. Com a expulsão dos ocupantes sionistas, o povo libanês pôs fim a 22 anos de ocupação, durante os quais mais de 20 mil libaneses perderam a vida. Como é de hábito, o exército israelense praticou massacres, sevícias e todo tipo de atentados aos direitos humanos e crimes de lesa-humanidade.

No dia 25 de maio os libaneses expressam seu legítimo orgulho nacional e alegria, principalmente nos antigos centros de detenção, verdadeiros campos de concentração, como o de Khiam, a prisão-símbolo da ocupação israelense e que se tornou o principal marco da resistência.

A história da ocupação do Líbano por Israel inicia-se em 1978. Após duros combates e a saída dos palestinos, Israel manteve uma zona de ocupação no sul do Líbano e em 1982 suas tropas voltaram a invadir o Líbano para combater a resistência árabe, chegando até a capital, Beirute.

Os massacres de Sabra e Chatila marcaram esse período. Uma retirada parcial, sob o fogo da resistência libanesa, só veio a ocorrer em 1985. Em 1993, Israel bombardeou o Líbano, matando 130 libaneses e, três anos depois, na operação intitulada Vinhas da Ira, morreram mais de 200 pessoas, sob o comando de Shimon Perez, que ironicamente foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Em 1999, sob o intenso fogo das operações militares da resistência libanesa, Israel se comprometeu a se retirar do Líbano até julho de 2000, antecipando sua saída para 24 de maio, fato que foi visto por muitos analistas, inclusive israelenses, como uma precipitação e uma derrota de Israel.

A retirada de Israel não foi completa, a região fronteiriça das fontes minerais de Cheeba foi mantida sob ocupação, os mapas de milhares de minas terrestres não foram entregues e, principalmente, as incursões aéreas e marítimas diárias não pararam, em clara afronta às resoluções da ONU e à independência e soberania do Líbano.

Em julho de 1006, a máscara do governo de Israel voltou a cair com sua guerra de agressão que não poupou civis, residências, escolas e estradas com bombardeios sistemáticos e incessantes durante 33 dias. Graças à resistência, Israel mais uma vez amargou uma contundente derrota.

O regime de Israel conta com o invariável apoio do imperialismo estadunidense, que aspira a controlar a região do Oriente Médio. Por isso, derrotar esse regime e esse imperialismo é tarefa de alta responsabilidade a que se propuseram a resistência libanesa e a palestina, o que faz com que o 25 de maio seja uma data celebrada não só pelo povo libanês, mas por todos os povos amantes da paz e da liberdade.

Com agências