Metroviários de São Paulo adiam greve até a próxima segunda
Os metroviários de São Paulo optaram na noite desta segunda-feira (27) pelo adiamento da greve, que estava prevista para começar nesta terça (28). Após votação em assembleia geral na sede do sindicato, no Tatuapé, a categoria decidiu esperar por uma nova proposta até a próxima segunda (3), quando haverá outra reunião dos funcionários do Metrô.
Publicado 28/05/2013 10:52
A categoria rejeitou as propostas feitas pela empresa, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, mas votou pela continuidade das mobilizações até a nova audiência.
Segundo o presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Onofre Gonçalves, que acompanhou a assembleia desta segunda (27), o Metrô fez uma proposta que não atende a categoria. “A CTB avalia que a proposta é muito ruim. Uma proposta de 6, 42% é muito abaixo do esperado. Transportamos cerca de 4,5 milhões de usuários por dia, sem novas contratações e sem novos benefícios.”
O Metrô propôs um reajuste salarial de 6,42%; reajuste de 11,51% para o vale-refeição e de 13,62% para vale-alimentação e um aumento de 6,42% para adicional de motorista. Também prometeu implantar em 1º de junho de 2013 o divisor 200 para jornada de trabalho de 40 horas e participação nos lucros condicionada ao percentual de alcance de metas.
Sobre o plano de carreira, a empresa “se dispõe a estudar alternativas para a redução do tempo de progressão salarial nas faixas salariais”. E ainda depende da “disponibilidade financeira da empresa mediante autorização do Codec”. Já em relação à jornada de trabalho, a empresa afirmou que só aceita discutir depois de fechado o Acordo Coletivo 2013/2014.
Para Onofre, outras bandeiras consideradas prioritárias para a categoria não estão sendo atendidas, como a redução da jornada de trabalho, o plano de carreira e a participação nos resultados.
Os metroviários reivindicam reposição salarial de 7,30%, aumento real de 14,16%, reajuste de 24,3% no vale-refeição, aumento do vale-alimentação para R$ 382,71, equiparação salarial (trabalho igual, salário igual), Participação nos Resultados (PR) igualitária sem imposição de metas, fim da terceirização e reintegração de demitidos na greve de 2007 e plano de carreira efetivo, jornada de 36 horas semanais, progressão salarial (redução do tempo para mudança de faixa salarial) e periculosidade (30%) para OTM1 e Técnicos de Segurança Patrimonial (agora chamados de Assistentes Administrativos 6 – ADM6).
“Resolvemos não aceitar a proposta. O Metrô sinalizou melhorar essa proposta e os companheiros acharam por bem adiar um pouco a greve para segunda. A CTB, enquanto central, acompanha e apoia a categoria nessa luta. Nos colocamos à disposição para conversar com o governo do estado e com a empresa.”
CPTM
Assim como os metroviários, os funcionários de quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também decidiram adiar a greve. A decisão foi tomada em assembleia realizada na frente da Estação Brás, na região central, por volta das 20h40.
Foi marcada uma audiência de conciliação com a CPTM para as 14 horas de terça-feira (28). Essa entidade representa as Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda.
Também participará dessa reunião o Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, que igualmente sinalizava com a possibilidade de interrupção das Linhas 11-Coral e 12-Safira da CPTM. Na segunda (3), a CPTM deverá apresentar uma nova proposta para a categoria, que, no mesmo dia, avaliará se a aceita ou não.
A categoria pede a reabertura das negociações com a CPTM, reposição da inflação e aumento real de 5%. Além disso, os funcionários querem vale-refeição de R$ 25 e um vale-alimentação. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que representa os empregados das Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, já havia fechado acordo com a CPTM na semana passada. Portanto, não haverá greve nesses ramais.
Da Redação Mariana Viel,
com informações das agências