Turcos resistem e enfrentam nas ruas governo de Erdogan

A dura repressão policial já deixou centenas de pessoas feridas, algumas delas cegas, por disparos com cilindros de gás e balas de borracha, assim como spray de pimenta, por ordem do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.

Polícia reprime manifestação do TKP em Istambul

Milhares de pessoas lotaram a principal praça de Istambul no último sábado (1º/6) após a repressão policial dos protestos contra o governo turco, surgidos do projeto de destruição de um parque público para erguer um centro de compras.

Uma década após o início do seu mandato, o islamista Erdogan enfrenta os maiores níveis de oposição, com grandes manifestações nas três principais cidades e mais de 90 mobilizações um pouco por todo o país.

A defesa de um espaço urbano contra a especulação propiciada pelo governo acendeu o protesto das massas, que foram duramente reprimidas pela polícia nos últimos dias.

Policiais usaram gás lacrimogêneo e jatos de água contra manifestantes enfurecidos, alguns dos quais lançaram pedras e garrafas durante uma marcha em direção à praça Taksim, em Istambul. Mais de mil pessoas foram detidas pelas forças policiais.

Numa área normalmente repleta de turistas, lojas foram fechadas e os manifestantes fugiram para hotéis de luxo em busca de abrigo.

Posteriormente, as forças de repressão turcas removeram barricadas e permitiram que milhares de manifestantes ocupassem a praça numa tentativa de diminuir a tensão. Apesar do recuo da polícia, Erdogan prometeu manter o projeto do governo para a praça, que, segundo manifestantes, deverá acabar com um dos poucos espaços verdes de Istambul.

Erdogan chamou os manifestantes de "minoria" e desafiou a oposição dizendo que pode facilmente convocar um milhão de pessoas para uma manifestação pró-governo.

Centenas de pessoas ficaram feridas nos protestos, incluindo quatro pessoas que perderam a visão permanentemente após serem atingidas por cilindros de gás ou balas de borracha, segundo a Associação de Médicos da Turquia. Pelo menos outras duas pessoas estariam correndo risco de morte.

Com informações do Diário Liberdade