Mulheres do DF desconhecem a camisinha feminina

Falta de informações sobre o produto foi o principal motivo apontado pelas entrevistadas para não usarem o preservativo, de acordo com o levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Mulher.

Mulheres do DF desconhecem a camisinha feminina

Em 1º de dezembro de 2012, Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Secretaria de Estado da Mulher realizou uma sondagem para captar percepções acerca do conhecimento, uso e aceitabilidade da camisinha feminina no universo de 200 mulheres frequentadoras do Parque da Cidade, que participavam da campanha “Não Fique na Dúvida, Fique Sabendo”, do Ministério da Saúde.

Foram entrevistadas mulheres que já tinham ouvido falar da camisinha feminina e se relacionado sexualmente. Ao serem questionadas sobre o principal motivo que as impede de usar a camisinha feminina, 108 responderam que é a falta de informação sobre o preservativo.

Este dado corrobora outro indicador identificado pelo levantamento. Mesmo o preservativo sendo distribuído gratuitamente na rede pública de Saúde, 78% das mulheres ouvidas disseram nunca ter usado a camisinha feminina e 42% delas apontaram a(o) médica(o) como sendo a melhor fonte de orientação para o uso. “Percebe-se que profissional de saúde do serviço público ou privado assume um importante papel para a confiança, a credibilidade e o estímulo para fazer as mulheres usarem a camisinha”, informa Olgamir Amancia, secretária de Estado da Mulher do Distri to Federal.

Autonomia do corpo –

Pesquisas apontam que as mulheres vivem mais que os homens porquanto cuidam melhor da saúde, fazem mais consultas e exames preventivos. Porém, a atenção à saúde da mulher, na história das políticas de saúde no Brasil e mundiais, tem sido restrita, em grande parte, aos parâmetros da atenção materno-infantil e, mesmo assim, comumente, rele gada a segundo plano.

Por esta razão, um dos objetivos do Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher – a ser comemorado em 28 de maio – é fazer um alerta em defesa da saúde integral para estimular nas mulheres a iniciativa de buscar informações sobre direitos sexuais e reprodutivos em todas as fases da vida. “A camisinha feminina é uma opção para a mulher ter autonomia em relação ao parceiro e proteger-se contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e hepatites virais”, explica Olgamir Amancia.

Das 20 mulheres que aprovaram o uso, 25% disseram que a autonomia em relação ao parceiro é um dos fatores que as levaram a gostar da camisinha feminina. Por outro lado, 60% ainda acreditam que o principal motivo é a segurança em relação às DSTs. O desconforto foi apontado por 14 mulheres – 61% das 23 que não gostaram do contraceptivo – como uma das razões da desaprovação.

Promoção do uso adequado da camisinha feminina –

A partir dos dados coletados, a Secretaria da Mulher, por meio de uma parceria com a Secretaria de Saúde do DF, irá incorporar a oferta dos preservativos durante as atividades realizadas pela pasta em todo o Distrito Federal, além de poder oferta-los às usuárias nos equipamentos mantidos pelo órgão, como os Centros Especializados da Mulher (C EAMs), Casa Abrigo e Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica (NAFAVDs).

“Capacitaremos nossas servidoras para prestarem as orientações quanto ao uso adequado do preservativo. A distribuição de camisinha feminina fará parte de uma iniciativa estratégica da Secretaria da Mulher de ampliar as opções de proteção das mulheres em relação aos riscos de infecção por HIV, outras DSTs e hepatites virais, assim como permitir que todas possuam mais autonomia em relação ao próprio corpo”, finaliza Sandra Di Croce Patricio, subsecretária de Políticas para as Mulheres, subpasta responsável pelo levan tamento.

Onde retirar a camisinha feminina:

 Rede dos centros de saúde;

 Centro de Testagem e Aconselhamento da Rodoviária do Plano Piloto – Mezanino – Telefone (61) 3325.6173;

 Hospital Dia – EQS – 508/509 – Asa Sul – Telefone (61) 3242.9399

História –

O preservativo feminino chegou ao mercado brasileiro em 1997, quando a Anvisa aprovou a comercialização do produto no país. Desde então o Ministério da Saúde já adquiriu e distribuiu cerca de 36 milhões de preservativos para as 27 unidades da federação.