Canadá espiona mensagens e telefonemas de seus cidadãos

O governo do Canadá acessa de forma secreta telefonemas e interação na Internet de seus cidadãos sob a alegação de "buscar atividades suspeitas", revelou nesta segunda-feira (10) o jornal The Globe and Mail.

Segundo o periódico, o programa de vigilância, denominado "metadados", foi estabelecido em 2005 pela anterior administração liberal e suspenso três anos depois pela Corte Suprema de Justiça.

Mas o projeto foi renovado em novembro de 2011 por um decreto do atual ministro de Defesa, Peter MacKay, e desde então é executado pelo Centro de Segurança das Telecomunicações, ligado à pasta.

O tal organismo obtém endereços, remetentes e receptores de correios eletrônicos, bem como dados de IP e conexões telefônicas privadas sob o pretexto de identificar redes criminosas e potenciais grupos terroristas".

"Os metadados são utilizados para isolar e identificar as comunicações desde o exterior, já que o Centro não pode, em virtude da lei, realizar essas atividades entre os canadenses", confirmou um servidor público federal ao The Globe and Mail.

Esse sistema é similar a um dos Estados Unidos, em que as agências de inteligência se apropriam em segredo de áudios, vídeos, fotografias, e-mails e documentos de funcionários de nove empresas provedoras de Internet para monitorar os contatos e atividades dos usuários. De acordo com o jornal, MacKay também autorizou outros projetos de ciberespionagem.

A revelação do programa canadense de vigilância acrescentará mais pressões ao governo do premiê Stephen Harper, que desde o mês passado enfrenta fortes críticas pela fraude de quatro senadores para cobrar bônus de viagem, alimentação e moradia, enquanto residiam em Ottawa.

Por esse escândalo, foi demitido o chefe de gabinete Nigel Wright, considerado o segundo político mais importante do Canadá, e o governista Partido Conservador perdeu militantes e sofreu uma queda no índice de intenção de voto, situado em 27%.

Fonte: Prensa Latina