Centrais sindicais espanholas anunciam mobilizações contra cortes

As principais centrais operárias de Espanha anunciaram nesta segunda-feira (10) em Madri um calendário de mobilizações a partir na próxima quinta-feira (13), em rejeição aos planos de austeridade impostas pela União Europeia e acatadas pelos governos do continente.

Organizada pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES), a campanha, sob o lema Por Uma Europa Mais Social e Democrática, começará no próximo dia 13 com uma concentração na sede da Comissão Europeia em Madri.

O objetivo dos protestos convocados pelos CES é pressionar às instituições da União Europeia (UE) para que mudem de maneira radical suas políticas de duros cortes sociais e trabalhistas e cumpram os compromissos de impulso à economia e o emprego.

Os líderes da União Geral de Trabalhadores (UGT), Comissões Operárias (CC.OO.) e da União Sindical Operária (USO) explicaram que o grosso das manifestações acontecerão no próximo domingo, da mesma forma que no resto dos países da UE.

"Estes três anos de ajustes não apresentaram o resultado pregado pela imposição dessas medidas, mas sim o contrário", denunciou em roda de imprensa o secretário geral da UGT, Cândido Méndez.

Segundo ele, as coisas têm ido a pior em termos de maior destruição de postos de trabalho e de conduzir várias nações do Velho Continente à recessão e inclusive em algum caso à falência.

"Estamos em um túnel em que não se avista nenhum tipo de luz para um futuro melhor", denunciou Méndez.

A ideia é mostrar aos governos, antes da cúpula de chefes de Estado de 27 e 28 de junho próximo, a oposição dos cidadãos aos programas baseados puramente na austeridade, que provocaram grande sofrimento à população e deteriora do modelo social.

Os sindicatos exigem uma mudança de rumo para as políticas de estímulo, que comecem por cumprir os compromissos assumidos na cúpula europeia há um ano, na qual se falou da união bancária, mas que só ficou em um discurso, opinou Méndez.

As palavras não foram refletidas nos fatos e temos sérias reservas de que neste caso (o próximo Conselho Europeu) a situação vá ser diferente, apontou.

O líder de CC.OO. e presidente dos CES, Ignacio Fernández Toxo, recordou que em três anos de austeridade, a Europa passou de 24 para 26 milhões de desempregados.

Por último, o secretário geral do USO, Julio Salazar, defendeu uma resposta social na Europa que faça chegar ao Conselho o discurso da cidadania diante das políticas econômicas focadas a eliminar direitos.

Fonte: Prensa Latina