Debate sobre espionagem da NSA ganha força nos EUA

A presidenta do Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein, acusou Edgard Snowden de traição. O especialista em tecnologia vazou à imprensa as ações da Agência de Segurança Nacional (NSA) contra cidadãos estadunidenses e de outros países.

Especialistas em contra-inteligência investigam como o contratado, que trabalhava em um centro de operações da NSA no Havaí, foi capaz de ter acesso a uma informação que devia ser altamente classificada.

Por enquanto, o paradeiro de Snowden é um mistério, enquanto as autoridades federais estadunidenses começam uma investigação que poderia levar à sua extradição e julgamento.

Informações iniciais apontavam que Snowden estava em Hong Kong, mas foi divulgado que ele abandonou o hotel onde estava hospedado e agora se desconhece sua localização.

A Casa Branca é pressionada por aqueles que defendem Snowden como um homem que está a favor da proteção dos direitos dos estadunidenses, especialmente de sua privacidade, e por aqueles que querem que todo o peso da lei recaia sobre ele.

Congressistas republicanos pediram ao presidente Barack Obama que tome as provisões necessárias para trazer Snowden perante a justiça estadunidense o mais rápido possível.

O senador republicano Lindsey Graham pediu para procurar até o fim do mundo e colocá-lo a disposição da justiça. No mesmo sentido se expressou o também republicano Kevin McCarthy, informa a emissora de televisão a cabo Fox News.

Frente à pressão dos legisladores, altos funcionários públicos do Departamento de Justiça e das agências de espionagem se apresentarão nesta terça no Capitólio para explicar seu ponto de vista para os Comitês de Inteligência do Senado e da Câmara de Representantes.

Por outra parte, uma solicitação de clemência publicada por ativistas de direitos civis da página de internet da Casa Branca recebeu mais de 25 mil adesões em menos de 24 horas.

A petição qualifica Snowden, de 29 anos, como herói nacional, que deverá receber um perdão total e absoluto pelos delitos que cometeu ao revelar os programas secretos de vigilância da NSA.

Se a solicitação conseguir as 100 mil assinaturas em um mês, o que é possível, o Executivo será obrigado a dar uma resposta em um prazo relativamente breve, ainda que não necessariamente a favor do acusado.

O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, disse que os vazamentos sobre as atividades de espionagem podem causar danos irreversíveis e a largo prazo à capacidade dos Estados Unidos de responder às ameaças mundiais.

O diário The Washington Post revelou na quinta (6) passada que a NSA e o FBI extraem áudio, vídeos, fotografias, correios eletrônicos e documentos, assim como conexões que possibilitam acompanhar de perto os contatos e atividades dos usuários de Internet.

Segundo o rotativo, o programa ultra-secreto codificado como Prism foi estabelecido em 2007, não tinha sido revelado publicamente antes e se desenvolveu no meio de um crescente debate nos últimos seis anos sobre os limites entre a vigilância e a privacidade dos cidadãos estadunidenses.

Fonte: Prensa Latina