CIA "justifica" para Congresso uso de programas de tortura

A Agência Central de Inteligência (CIA) elaborou um relatório destinado ao Congresso dos Estados Unidos no qual justifica seus métodos de tortura contra suspeitos de atividades terroristas.

O argumento da agência de espionagem constitui a defesa mais detalhada até agora dos programas mais polêmicos de sua história, que inclui o chamado 'afogamento simulado' (Waterboarding) e outras medidas brutais para obter informação, afirma o jornal The Washington Post.

Está previsto que o diretor da CIA, John Brennan, entregue o documento secreto nesta quinta-feira (27) à presidenta do Comitê de Inteligência do Senado e legisladora democrata, Dianne Feinstein, em uma reunião de portas fechadas.

Brennan enfrenta agora a possibilidade de provocar a ira dos congressistas, se perceberem que ele defende um programa condenado pela opinião pública. Pode também, pelo contrário, ser rejeitado por seus colegas se não defender com força os pontos de vista de seus subordinados, agrega o Post.

Fontes anônimas citadas pelo jornal afirmam que a argumentação entregue por Brennan contém fortes críticas aos que elaboraram o relatório do parlamento criticando os métodos interrogatórios usados pela CIA e concluindo que seus resultados foram pobres e contra-produtivos.

O relatório do congresso, com ao redor de seis mil páginas, foi concluído em dezembro passado e remetido à Casa Branca para determinar as partes que podem ser divulgadas.

O texto da agência de espionagem critica a metodologia usada pelo Capitólio e afirma que foram reunidos milhões de mensagens criptografadas internas e outros documentos sobre o programa de torturas, mas ninguém foi entrevistado.

No entanto, fontes do Congresso garantem ao Washington Post que a plenária pediu as entrevistas, que foram negadas pelos diretores da CIA.

Feinstein declarou em dezembro, depois de ler o relatório, que terríveis erros foram cometidos com a criação das prisões clandestinas e o uso das chamadas "técnicas melhoradas" de interrogação, o que evidencia a necessidade de supervisionar as operações de espionagem.

Fonte: Prensa Latina