Manifestações em todo o país são pacíficas com focos de confronto

Os protestos que tomaram as ruas das principais capitais do país reuniram nesta segunda (17) mais de 250 mil pessoas. As manifestações, que inicialmente tinham como foco o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo e a péssima qualidade desse serviço, ganharam proporções nacionais após as desastrosas e violentas ações da polícia de São Paulo.

Cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas no Rio de Janeiro; 65 mil em São Paulo; 30 mil em Belo Horizonte; 13 mil em Belém; 10 mil em Curitiba e Salvador; 5 mil em Brasília e Porto Alegre e pouco mais de 2 mil em Maceió. As manifestações começaram de forma pacífica, mas houve agravamento da tensão no final da noite em algumas cidades. 

No Rio de Janeiro, houve confronto com policiais. Mais de dez pessoas ficaram feridas, quatro delas a tiros. Manifestantes invadiram a Assembleia Legislativa do RJ e aproximadamente 20 policiais – alguns feridos – foram impedidos de deixar o prédio. A Tropa de Choque da PM retomou o prédio à força. Policiais tentaram dispersar manifestantes com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Manifestantes denunciaram também o uso de artilharia letal.

São Paulo

Em São Paulo, os manifestantes concentraram-se no Largo da Batata, zona oeste da cidade e dividiram-se em três frentes: o maior grupo ocupou parte da Avenida Brigadeiro Faria Lima e os dois grupos menores foram para a Avenida Paulista e para o Palácio do governo. Leia aqui a íntegra da cobertura do Portal Vermelho sobre o ato.

Por volta das 23 horas um grupo tentou invadir a sede do governo, no Palácio dos Bandeirantes. Um portão chegou a ser quebrado no local por, mas a Tropa de Choque da PM impediu a entrada do grupo.

Brasília

Manifestantes ocuparam o gramado em frente ao Congresso Nacional terminou por volta das 23h40, quando os cerca de 200 manifestantes que ainda protestavam deixaram a entrada principal do prédio sede do Legislativo federal. Eles se retiraram de forma pacífica, prometendo mais uma mobilização para esta terça (18).

A concentração começou às 15 horas, em frente ao Museu da República. Um grande número de pessoas, a maioria estudantes, saiu em passeata, às 17 horas, ocupando uma das pistas da Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional. Os manifestantes gritavam palavras de ordem, pedindo mudanças no país, melhorias na saúde, educação e criticando os gastos públicos.

Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, a manifestação se estendeu se estendeu da Praça Sete à Pampulha, próximo ao estádio do Mineirão. À noite, eles retornaram para o Centro e fecharam a praça. Entre os manifestantes estavam estudantes, professores, policiais civis e pessoas convocadas por outras entidades.

Houve confronto após a tentativa da PM de impedir que a marcha se aproximasse da região da Universidade Federal de Minas Gerais (UFNG). Líderes do movimento ainda tentavam negociar a passagem da marcha, quando um grupo avançou. A polícia reagiu. Manifestantes correram e tentaram se distanciar das explosões das bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e dos tiros de balas de borracha.

Em Maceió, um adolescente de 16 anos foi atingido por um tiro durante a manifestação.

O número de participantes em todas as manifestações, que ocorreram em mais de 20 cidades, pode ser bem maior, pois em nem todas foi oficialmente divulgado o total de público.

Da redação do Vermelho,
Mariana Viel – com informações das agências