SP: milhares de pessoas no maior ato contra aumento da tarifa

A manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público que ocorre nesta segunda-feira (17) na capital paulista se concentrou no Largo da Batata, zona oeste da cidade e dividiu-se em três frentes: o maior grupo ocupou parte da Avenida Brigadeiro Faria Lima e os dois grupos menores foram para a Avenida Paulista e para o Palácio do governo. 

Por Deborah Moreira, do Portal Vermelho

O som do hino nacional entoado por manifestantes toma conta das ruas da capital paulista desde às 17 horas desta segunda. Dados do Datafolha dão conta de 65 mil manifestantes. Os manifestantes estimam mais de 100 mil.

A mobilização ocorrida em grande parte pela internet foi uma resposta à violência da Tropa de Choque da Polícia Militar que havia tentado reprimir os últimos protestos, principalmente o que  ocorreu na quinta-feira (13) passada. O governo do Estado, desta vez não mandou sua tropa. “Que coincidência, sem a PM não teve violência”, gritam os manifestantes a todo instante ao longo do percurso.

Jovens, idosos, homens e mulheres, oriundos de todas as regiões da capital engrossaram a manifestação, que por onde passaram tiveram a simpatia de mais pessoas e até de motoristas, que demonstram afinidade com os protestos, de dentro dos seus carros.

Muitas faixas e cartazes pedem a revogação da tarifa do transporte coletivo, mas dizem que “Não estamos aqui só pelos R$ 0,20”. Por volta das 18h30 quando a passeata saiu do Largo do Batata, houve uma divisão da enorme manifestação que se formou. Um grupo seguiu para a Marginal Pinheiros, outro rumo à Avenida Paulista e outro permaneceu na região da Faria Lima.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virginia Barros, destacou o principal objetivo do movimento. “Hoje estamos nas ruas não somente contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, a manifestação é também uma reação contra a repressão que está ocorrendo nos protestos, o povo está pedindo pacificamente. Para melhorar a vida da cidade, o povo está na rua”, completou.

Para Vic – como é chamada – essa é uma oportunidade de debater o sistema do transporte coletivo em todo país. “Queremos participar da discussão sobre o transporte público, nos conselhos municipais do transporte, queremos que o governo cumpra o enfrentamento para redução da margem de lucro e assim o valor da passagem torne mais acessível para o conjunto da população”, ressaltou.

Para Mateus Fiorentini, membro executivo da Organização Continental Latino Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE) "essa mobilização no Brasil vem junto com uma onda de protestos juvenis que ocupam a America latina, como no Chile, que lutam por educação pública e de qualidade, e dos estudantes na Colômbia que pedem paz”.

Segundo Fiorentini, trata-se de uma reação contra a onda conservadora que existe no mundo, e principalmente em relação à crise do capital que se reflete negativamente na classe trabalhadora e estudantil.

A secretária de movimentos sociais do PCdoB, Lúcia Stumpf também esteve presente à manifestação e defendeu a legitimidade dos movimentos. “Lutamos pelo direito de nos manifestar contra a tentativa de criminalizar o movimento social”.

Estão presentes também à manifestação, Manuela Braga, presidenta da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) e Camilla Lima, presidenta da UJS (União da Juventude Socialista) de São Paulo que foi agredida na quinta-feira passada. Ela disse que veio para se manifestar contra a repressão.

Manifestantes concentram-se na sede do Governo do Estado

Um grupo se posicionou em frente aos dois portões do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na zona sul. A situação ficou tensa e houve um principio de tumulto entre os policiais que cercam a sede do governo. Outro grupo com milhares de manifestantes que estavam na Avenida Paulista segue para o a sede do governo paulista. O policiamento foi reforçado no local. 

(atualizada às 00:39 em 18/6/13)