Cuba defende mudança no sistema mundial em combate à fome

Milagros é a embaixadora de Cuba para as organizações internacionais com sede em Roma, caso da FAO. “Até hoje, só podemos falar de avanços modestos, pois os que padecem e morrem de fome, os que sofrem as consequências da má-nutrição representam ainda cifras alarmantes e dolorosas para os que lutamos por um mundo melhor e mais justo”, afirmou.

A embaixadora disse que a nação caribenha sente-se honrada por ter recebido o reconhecimento da FAO pelos resultados alcançados em matéria de segurança alimentar. Junto com mais 37 países, Cuba foi elogiada por já ter alcançado a meta de redução da fome até 2015, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, da ONU.

“Nossos indicadores são fruto do enfoque sistêmico que o governo cubano aplicou desde o triunfo da revolução, em 1959, com políticas que garantem igualdade de oportunidades e acesso gratuito universal à saúde e à educação”, disse Milagros.

Os objetivos foram alcançados mesmo enquanto Cuba é vítima do bloqueio obsoleto e criminoso econômico, financeiro e comercial que os Estados Unidos impõem à ilha há mais de cinco décadas, lembrou.

Durante estes anos, a experiência adquirida pela chamada “Maior das Antilhas” colocou o país modestamente à disposição de outros, potencializando a cooperação Sul-Sul, ressaltou Milagros.
A embaixadora também sublinhou que em sua condição de presidente pró-tempore da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), Cuba mantém patente o compromisso desta comunidade com a luta contra a fome e a má-nutrição, assim como com o apoio à iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome 2025, que coloca como objetivo a erradicação da fome até aquele ano.

Milagros destacou a total vigência das palavras do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, na Cimeira Mundial da Alimentação, em 1996, quando disse: “Os sinos que tocam hoje pelos que morrem de fome a cada dia, tocarão amanhã pela humanidade inteira, se não quiser, não souber, ou não puder ser suficientemente sábia para salvar-se a si mesma”.

Em declarações à Prensa Latina, Milagros asseverou que, para continuar a combater a fome também é preciso o compromisso que devem assumir os países desenvolvidos, aqueles que se enriqueceram, muitas vezes, às custas das riquezas naturais de outros, para apoiar as nações em vias de desenvolvimento.

“Se o dinheiro que se gasta em armas e em publicidade banal fosse investido no desenvolvimento dos nossos países, estaríamos realmente às portas de um mundo melhor”, afirmou.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho