Chilenos criam comissão pelos direitos dos povos indígenas 

Segundo seus criadores, esse organismo realizará o acompanhamento das situações de perseguição, repressão e perda do patrimônio ambiental por parte dos distintos povos indígenas presentes no Chile. 

Viviana Díaz, Prêmio Nacional de Direitos Humanos, disse que "é inaceitável que em diversos pontos do país se ignore o direito a consulta dos povos indígenas e tribais do Convenio 169 da Organização Mundial do Trabalho (OIT)".

Neste sentido, a também dirigente do Agrupamento de Familiares de Detidos Desaparecidos (AFDD) destacou que o motivo da criação da comissão é mostrar para todos os que hoje se encontram presos que eles têm direito a um julgamento justo.

“Trata-se de não maltratar um povo do qual roubaram, pouco a pouco, suas terras e não têm nem sequer o direito de ser escutados como corresponde”, afirmou Díaz. Por sua vez, o presidente da Federação dos Estudantes da universidade Católica, Diego Vela, indicou que o trabalho desta comissão estará centrado em como “nos tornar responsáveis pelos direitos dos povos originários”.

“Se puderem fazer reformas concretas neste assunt como, por exemplo, eliminar a Lei Antiterrorista; dar liberdade aos presos políticos mapuches e sobretudo respeitar uma cultura desconhecida e que justamente deveria ser um dos nossos princípios como país”, afirmou. 

A porta-voz da Rede pelos Direitos Educativos e Linguísticos dos Povos Indígenas, Elizabeth Pilquil, referiu-se a uma repressão cultural que se registra nas prisões onde permanecem detidos dirigentes mapuches.

A Comissão de Observação e Resguardo dos Direitos Humanos dos Povos Originários está formada pela Comissão Ética Contra a Tortura e as federações de estudantes das universidades Católica (Feuc) e do Chile (Feuch); também a integram, a Corporação Mais Democracia, a Rede pelos Direitos Educativos e Linguísticos dos Povos Indígenas e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Fonte: Prensa Latina