PCdoB quer reunir aliados para lutar por reformas estruturais
Reunir os aliados e os movimentos sociais para reforçar a liderança da Presidenta Dilma e realizar mobilizações em torno das reformas estruturais, que já existiam antes da deflagração das manifestações de rua, com comando determinado e conteúdo progressista. Foram essas as proposta do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, aos membros da Comissão Política do Partido reunidos nesta terça-feira (25) em Brasília.
Publicado 25/06/2013 18:02
A reunião extraordinária foi convocada para discutir a situação do país diante dos últimos acontecimentos – as manifestações de rua e as medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff ontem na reunião com governadores e prefeitos das capitais.
“Ao fim e ao cabo prevalece quem tem mais organização, influência política e rumo definido”, garante Renato Rabelo. “Vamos reunir todo nosso campo político em torno de uma plataforma comum”, disse, sugerindo reuniões com o PT, setores do PDT e PSB e dos movimentos sociais, citando nominalmente o MST. Ele diz ainda que deve-se atuar mas redes sociais, onde se trava hoje a principal batalha da comunicação.
A nossa posição é de apoio à conduta política de Dilma de ouvir as ruas e atender as reivindicações de imediato. “Cabe à Presidenta Dilma a liderança política do país com clara demarcação de campo”. E ao PCdoB, fortalecer o governo e sua liderança e não entrar no redemoinho da crise de poder criado pela oposição e a grande mídia.
Segundo Renato Rabelo, “o aspecto importante a ser considerado na fase atual de pulverização de bandeiras e mobilizações é que devemos avançar nas nossas bandeiras programáticas que a própria Presidenta já colocou em debate”.
Passo adiante
As manifestações são dos que querem mais, que se levantam por direitos e um país melhor. Ao atingir novos patamares se criou novas necessidades. “As conquistas não podem parar e as mudanças devem continuar”. O PCdoB vem afirmando isso e que o passo adiante são as reformas estruturais.
“Quando vem a tona a questão das reformas estruturais mostra que as nossas reivindicações são justas e atuais”, disse o presidente do PCdoB, destacando que o Partido não precisa receber os louros agora que essas reformas estão sendo discutidas, desde que elas sejam realmente implementadas.
Na avalição do líder comunista, a alta aprovação do governo fez com que a Presidenta Dilma protelasse essas reformas. Renato Rabelo também citou o afastamento da Presidenta dos movimentos sociais e políticos como outro fator que retardou esses avanços. Para ele, é inadiável dialogar com os partidos que apoiam o governo e os movimentos sociais.
A avalição do líder comunista é de que a evolução no Brasil se dá a partir do embate entre as tendências conservadoras e as patrióticas, democráticas e progressistas que lutam por mudanças.
Ele criticou que em meio à disputa política com a aproximação do ano eleitoral setores do PT ou partidos da base lancem o movimento “Volta Lula”. “É um desatino”, afirma, lembrando que o momento é de fortalecer a liderança da Presidenta Dilma. O “Volta Lula” fragilizaria a presidenta e faria o jogo da oposição que se anima com as manifestações e tenta criar crise política de poder.
Ele lembrou que ao contrário do que quer a oposição e a mídia, eles não têm base nas manifestações que são fortes em São Paulo – reduto tucano -, criticam Aécio Neves e a TV Globo.
“A mídia que já vinha falseando informações sobre os megaeventos esportivos, procura incompatibilizar o povo com o governo atribuindo ao governo as despesas com as obras dos eventos. Os ministros do Esporte e da Fazenda foram a público dizer que não foram empregados recursos do governo nas obras e ressaltaram os benefícios que advirão desses eventos para o país e o povo”, disse Renato Rabelo.
Apoio dos comunistas
Ele também destacou a fala da Presidente Dilma diante das manifestações de rua. A Presidenta Dilma disse que a manifestação mostra a força da nossa democracia e que se deve usar essa energia para avançar nas mudanças. Segundo Renato Rabelo, a fala foi correta e recebe o apoio dos comunistas.
Ele disse também que o Partido apoia as medidas anunciadas pela presidenta e enumerou os cinco itens do pacto – responsabilidade fiscal, plebiscito de convocação de Assembleia Constituinte exclusiva para Reforma Política, combate à corrupção e melhorias nos setores de saúde, educação e transporte público.
Para o PCdoB, essas são as mudanças estruturais que venho sendo defendidas pelo Partido ao longo dos anos: fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), mais recursos para educação com aplicação dos royalties do petróleo no setor e melhoria no transporte público com criação do Conselho Nacional do Transporte Público.
E destaca que o PCdoB diz, desde o início das mobilizações, que elas são bem-vindas, tem que ser ouvidas, se empenhar para atender as reivindicações e rechaçar os atos de violência. No aspecto da violência, ele diz que ainda não se sabe se os atos de violência são praticados por saqueadores ou são conduzidos pela extrema-direita, já que houve manifestações contra os partidos políticos.
De Brasília
Márcia Xavier